O Plano Extrafísico II

Quanto à criação da Terra, não
negamos, nem poderíamos negar o conhecimento da ciência quanto ao surgimento da
vida, apenas complementamos este mesmo conhecimento com um conhecimento
espiritual. Entendemos que tudo existia de forma latente na energia primordial
(fluido cósmico universal, energia imanente, chi, etc), inclusive os germens
básicos da vida, que fariam a vida surgir futuramente. Porém, essa energia
primordial foi manipulada de tal forma pelos Cientistas Espirituais, para, mais
tarde, a vida física ter início por "coincidências cósmicas". Houve,
então, inicialmente, uma condensação dessa energia sutil, formando primeiro os
planos superiores, que chamamos por: plano mental, plano astral, até chegarmos
ao plano físico. Isso fica claro, pois a energia sutil vai partindo sempre do
alto para baixo, através de um processo lento de condensação, devidamente
orientado pelos Espíritos Superiores, para todos esses planos coexistirem harmonicamente.
Quanto a criação do princípio espiritual, que muito mais tarde viria a se
tornar Espírito, é importante dizer que o Pensamento de Deus permeia todo o
Universo, interligando tudo e todos. O Universo é inteligente, a Vida é
inteligente. Pela Vontade de Deus, que reina soberana em todos os lugares,
através dos seus intermediários, seus Ministros, os Engenheiros Siderais,
Cientistas da Vida Superior, captaram o Pensamento Divino, e utilizaram esse
imenso potencial divino, pensante, transformando-o em bilhões de
"partículas divinas", o que viria a ser chamado atualmente de
princípio consciencial ou princípio espiritual. Assim, tudo foi criado.

Então, este princípio consciencial,
existente desde antes da criação material do planeta, foi descendo, desde a
energia primordial, até os planos mental, astral, até chegar ao plano físico,
captando em todos esses planos, por um automatismo do ser, o que seria
necessário para sua manifestação plena na Terra, e que viria a desenvolver
somente bilhões de anos depois, o que conhecemos por: pensamentos e
sentimentos; estes são necessários à vida, porém, vieram somente muito mais
tarde. Apesar do princípio espiritual passar primeiro pelos planos mental e
astral, somente adquiriu o pensamento e o sentimento após conquistar
inicialmente tudo que fosse possível nas inúmeras experiências no plano físico,
nos sucessivos reinos. Então, após a formação da Terra, pela evolução das eras,
este princípio espiritual foi se desenvolvendo pelos reinos mineral, vegetal,
animal, Humano, pois assim está escrito: "A alma dorme na pedra, sonha na
planta, move-se no animal e desperta no homem.".

No antigo Egito, Hermes Trismegisto
já ensinava que "a pedra se converte em planta; a planta em animal; o
animal em homem, em Espírito; o Espírito em Deus.”. Somos, em todos os
sentidos, Filhos da Terra. Em outras palavras, resumindo tudo isso, de forma
simples, primeiro houve uma "descida" do princípio consciencial,
passando inicialmente pelos planos mais elevados até chegar ao plano físico; no
mundo material, passou pelos diversos reinos, até formar o homem atual,
protótipo do homem do futuro, do terceiro milênio. Logicamente, existiram também
inúmeros outros seres que evoluiram em outros planetas e depois vieram para
este mundo, através do processo de reencarnação. Não vemos, nem poderíamos ver
dualidade total entre Espírito e Matéria, pois um precisa do outro, e ambos
caminharam juntos, lado a lado, no surgimento da Vida, por centenas de milhões
de anos, na maravilhosa existência Terrestre.

Quanto ao que explicamos acima,
daremos alguns esclarecimentos adicionais. Como vimos, após a
"descida" do princípio espiritual, através dos diversos planos, por
um automatismo do ser, este princípio consciencial adquiriu, em cada plano, na
intimidade do seu ser ainda em formação, de forma embrionária, várias
características iniciais, embora rudimentares, que à semelhança de uma pequena
semente, viria dar vida, muito mais tarde, à uma imensa árvore, bonita e
frondosa. Posteriormente, passou pelos diversos reinos: mineral, vegetal,
animal, Humano; adquiriu inicialmente as sensações; muito mais tarde adquiriu o
automatismo inconsciente e o instinto; depois vieram os sentimentos e
pensamentos. A chegada ao reino humano é uma conquista magnífica, pois é
somente no reino humano que ele tem condição de ser chamado de Filho de Deus.
Durante os diferentes ciclos
evolutivos, o princípio consciencial se desenvolveu, e foram se formando, aos
poucos, lentamente, tudo que faz parte do seu real ser. Inicialmente, durante
milênios, o princípio consciencial vai residir nos cristais, em longuíssimo
processo de auto-fixação, ensaiando, aos poucos, os primeiros movimentos
internos de organização e crescimento volumétrico, até que surge, no grande
relógio da existência, o instante sublime em que será liberado para a glória
orgânica da vida, em sua passagem para o próximo reino. Em sua passagem pelos
reinos inferiores, o princípio espiritual desenvolveu um corpo etérico bem
acanhado. Sabemos que os cristais emitem um campo energético próprio,
concluindo, assim, que nessa fase já existia formado um campo de energia sutil.
Após sua passagem pelo reino mineral,
o princípio espiritual vai iniciar outra etapa de sua longa carreira evolutiva.
Identifica-se com os vírus, logo a seguir com as bactérias rudimentares, as
algas unicelulares e posteriormente com as algas pluricelulares. O princípio
consciencial passa então a vivenciar as experiências nos vegetais mais
complexos, melhor estruturados, onde ele vai adquirir a capacidade de reagir
direta ou indiretamente a qualquer mudança exterior e depois a faculdade de
sentir, captar e registrar as alterações do meio que o cerca (sensação),
conquistas do princípio espiritual em seu percurso pelo reino vegetal. Nesse
reino, ampliou-se esse campo energético, vital, e foram conquistados pequenos
chakras, em sua fase inicial de desenvolvimento, que seriam ampliados nos
futuros reinos.

Mais tarde, assinala-se o ingresso do
princípio consciencial no reino animal. O princípio espiritual vai desdobrar-se
entre os espongiários, os celenterados, os equinodermos e crustáceos, anfíbios,
répteis, os peixes e as aves, até chegar aos mamíferos. Neste imenso percurso,
o princípio consciencial estará enriquecendo a sua estrutura energética,
aprimorando o seu psiquismo rudimentar e assimilando os valores múltiplos da
organização, da reprodução, da memória, da auto-preservação, enfim, dos
diversos instintos, preparando-se, futuramente, para a sublime conquista da
razão. Este corpo vital, energético, que tanto falamos, se desenvolveu muito
mais no reino animal, principalmente em determinados animais, e também os
chakras foram passando por uma elaboração muito maior e mais complexa do que no
reino anterior, aumentando sua quantidade, tamanho, forma, etc. Em alguns
animais, foi formado um corpo astral (perispírito), embora fosse ainda um corpo
espiritual na sua fase inicial de evolução.
Nesse reino animal, embora somente em
alguns animais superiores (macaco, cão, gato, cavalo, muar e o elefante),
identifica-se uma inteligência rudimentar, indicando, então, a existência e o
início do desenvolvimento do corpo mental. Além dos atos instintivos, observa-se,
às vezes, atitudes que demandam certo grau de perspicácia e lucidez. Seria uma
forma primitiva de inteligência relacionada apenas a coisas que importam à
auto-preservação do animal. Existem certos espíritos elevados, certa classe de
espíritos, que cuidam de toda a natureza, desde, por exemplo, uma simples
montanha rochosa, até todos os tipos de animais. São chamados também por Devas.

Até alcançarmos a idade da razão, com
o título de Homem, dotado de raciocínio e discernimento, o ser automatizado em
seus impulsos, na romagem para o reino angélico, despendeu nada menos de um
bilhão e meio de anos, conforme nos ensina o espírito André Luiz. Esse foi o
tempo aproximado que o princípio consciencial levou, passando pelos diversos
reinos, até chegar ao reino hominal. Até então, o progresso tinha uma
orientação centrípeta, ou seja, de fora para dentro; o ser crescia pela força
das coisas, já que não tinha consciência de sua realidade, nem tampouco
liberdade de escolha. Ao entrar no reino hominal, com a conquista da razão,
aparece o raciocínio, a lucidez, o livre-arbítrio e o pensamento contínuo. O
ser humano está apto a dirigir a sua vida, pelo esforço próprio, a iniciar uma
evolução de orientação centrífuga, de dentro para fora. Porém, a conquista da
inteligência é apenas o primeiro passo que o Espírito vai dar em sua estadia no
reino hominal. Deverá agora, iniciar-se na valorosa luta para conquistar os
valores superiores da alma, que permitirá ao Espírito alçar-se à comunidade dos
Seres Angélicos.
Quanto ao que falamos anteriormente
sobre os animais, convêm fazermos um esclarecimento necessário. Logicamente, o
corpo energético do animal é inferior ao do Homem, assim como o seu corpo
astral e seu corpo mental, que existe apenas em alguns desses animais. No reino
humano, formou-se um corpo energético muito sofisticado e bem elaborado;
formaram-se maiores quantidades de chakras, ampliaram-se seu tamanho, forma,
velocidade de rotação e brilho. Foram conquistados e foram formados, inclusive,
determinados chakras superiores, que não existiam nos reinos anteriores; assim
como o corpo astral e o corpo mental do Homem se tornaram extremamente mais desenvolvido
e refinado. Cabe dizer, no entanto, que tanto o corpo energético, quanto o
corpo astral e também o corpo mental são diferentes em cada indivíduo, conforme
sua evolução. Logicamente, todos estes corpos citados, comparando um ser humano
altamente espiritualizado e um ser humano "sub-humano", desses que
matam um monte de gente, são absurdamente diferentes entre si.
Nas eras passadas, em épocas remotas,
não mais lembradas, o ser humano, após ser digno de fazer uso de um corpo
humano, ao longo de sua lenta, mas sempre ascendente evolução, desenvolveu cada
vez mais e ampliou o corpo astral (responsável pelas paixões, emoções,
sentimentos, etc), embora como já foi dito, esse corpo já existisse, em sua
fase inicial, no reino anterior, no reino animal. Mais tarde, desenvolveu de
tal forma o corpo mental (responsável pela elaboração de raciocínios,
pensamentos, discernimento, imaginação, memória, etc) conseguindo, assim,
avançar cada vez mais no tempo e no espaço, conseguindo, com sua
"inteligência", construir e destruir sua própria civilização. Por aí
se vê que o homem atual ainda não é um ser pronto e, quem sabe, nunca será.
Estamos em constante e eterna evolução. Cada vez mais conquistamos partes
maiores do nosso próprio Ser. Existe, em todos nós, nos diferentes corpos, nos
diferentes aspectos que compõe o ser humano, um "barro" que precisa
ser modelado por nós mesmos, por todos os meios possíveis, para transformarmos
essa simples argila em uma escultura divina, onde o Criador, Ele próprio, reconhecerá
em nós, Sua imensa Beleza, Grandeza, e Majestade.
É de conhecimento comum que os
espíritos passam por um longo processo de reencarnações sucessivas, não apenas
no orbe terráqueo, mas em diversos mundos espalhados pelo cosmos. Tivemos vidas
em outros planetas e teremos mais vidas em outros "educandários
espirituais" ao longo da eternidade, até que este processo de nascimento e
morte cesse por completo e paremos de renascer e vivermos somente do espírito e
pelo Espírito. Quando chegamos a esse ponto, sabemos que o tipo de vida que se
leva é diferente e não pode ser totalmente compreendido por nós ainda em nosso
atual estágio de evolução. Chegamos a conclusão, então, que existem
transmigrações interplanetárias, ou seja, a entidade vai viver em diferentes sistemas
de vida, com diferentes corpos, pois isso é necessário e indispensável para
nosso crescimento.
Essas transmigrações espirituais
acontecem da seguinte forma: um ser humano viveu seu período de vida na Terra,
cumpriu seus deveres aos quais tinha se comprometido cumprir antes de nascer;
quitou a parcela do seu karma perante o planeta, não tem mais dívida perante a
Terra, nem com seus semelhantes terrestres, tem a consciência limpa e sabe,
dentro do seu ser, que pode seguir seu caminho; esse ser quando desencarna vai
para o Astral Terrestre, ou seja, às esferas espirituais que circundam o globo
terráqueo. Pode também ficar nesse espaço espiritual por um tempo, trabalhando
em benefício dos seres humanos. Um dia, sabemos, por Ordem Superior, ele vai
ser chamado a novas responsabilidades, em outro ninho estelar, para continuar a
subir as escadas rumo ao Paraíso Eterno.

Este ser, agora desencarnado, vai ser
conduzido por Entidades Maiores do Astral Terrestre para o Astral de outro
mundo habitado. É lógico que seu psicossoma (corpo astral, perispírito, etc)
terá que sofrer modificações para viver e se adaptar à esse novo ambiente
espiritual, pois terá que se revestir dos fluidos do novo globo para poder
viver nesse lugar. Essa entidade transmigrada ao novo mundo, ficará um tempo
neste novo Astral, aprendendo sobre a vida neste diferente berço planetário,
até que seja conduzido a nascer, viver, e cooperar com a evolução do planeta e
de todos os seus seres. Não viverá apenas para si, multiplicará muito mais de
si mesmo, doando ao novo mundo, em todos os sentidos, tudo o que puder doar
para que esse planeta brilhe mais na imensidão celeste e seja como uma jóia
refulgente refletindo a infinita glória da Criação do Grande Arquiteto do
Universo.
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