23 de fevereiro de 2015

Doutrina Secreta - HELENA BLAVATSKY



HELENA BLAVATSKY
É natural e correto que qualquer pessoa pensante confrontada com asserções como estas apresentadas anteriormente deva perguntar que provas serão trazidas para fundamentar as proposições apresentadas. Uma pessoa razoável não solicitará provas plenas e completas acessíveis a todos sem estudo e sem esforço.
Ela admitirá que as teorias avançadas da ciência não podem ser demonstradas a alguém ignorante de seus princípios elementares, e ela estará preparada para ver que terá sido dito muito que só pode ser provado àqueles que fizeram algum progresso em seu estudo. Um ensaio sobre matemática superior, sobre a correlação de forças, sobre a teoria atômica, sobre a constituição molecular dos compostos químicos, conterá muitas apresentações de provas que só serão acessíveis àqueles que devotaram tempo e pensamento ao estudo dos elementos da ciência em questão.

Do mesmo modo uma pessoa despreconceituosa, confrontada com a visão Teosófica da constituição do homem, prontamente admitirá que não pode esperar uma demonstração completa antes que tenha dominado as bases da ciência Teosófica.
Não obstante há provas genéricas acessíveis em todas as ciências que são suficientes para justificar sua existência e encorajar o estudo de suas verdades mais recônditas; e na Teosofia é possível indicar caminhos de provas que podem ser seguidos pelo pesquisador destreinado, e que lhe justificam a devoção de tempo e esforço a um estudo que dá a promessa de um conhecimento mais amplo e profundo de si mesmo e da natureza externa do que de outra forma seria atingível.
È bom dizer de saída que não há prova alguma disponível ao pesquisador comum sobre a existência dos três planos superiores de que falamos. Os domínios do Espírito e da mente superior estão fechados a todos exceto àqueles que desenvolveram as faculdades necessárias à sua investigação.

Aqueles que desenvolveram estas faculdades não precisam de nenhuma prova da existência destes domínios; para os que não o fizeram, não pode ser dada nenhuma prova de sua existência. Que há algo acima do plano astral e dos níveis inferiores do mental pode de fato ser provado pelos fulgores do gênio, pelas elevadas intuições, que de tempos em tempos iluminam a escuridão de nosso mundo inferior.
Mas o que é este algo, só o podem dizer aqueles cujos olhos internos se abriram, que vêem onde a raça como um todo ainda é cega. Mas os planos inferiores são mais suscetíveis de serem provados, e novas provas se acumulam dia após dia. Os Mestres de Sabedoria estão usando os investigadores e pensadores do mundo ocidental para que façam "descobertas" que tendam a respaldar as colocações da posição Teosófica, e as linhas que eles estão seguindo são exatamente aquelas que são necessárias para descobrir-se as leis naturais que justificarão a asserções dos Teosofistas a respeito dos “poderes” e “fenômenos” elementares, aos quais tem sido dada uma importância exagerada.

Se for aceito que há fatos inegáveis que comprovam a existência de planos outros que não o físico nos quais pode atuar a consciência; que comprovam a existência de sentidos e poderes de percepção outros que não aqueles com que estamos acostumados na vida diária; que comprovam a existência de poderes de comunicação entre inteligências sem o uso de aparatos mecânicos, seguramente, sob estas circunstâncias, o Teosofista pode alegar que constituiu um caso prima facie para futuras investigações de suas doutrinas.
Confinemo-nos, então, aos planos inferiores de que falamos antes, e os quatro princípios inferiores no homem que estão relacionados a estes planos. Destes quatro, podemos deixar um de lado, o do Prâna, já que ninguém contestará o fato da existência de uma energia a que chamamos “vida”; a necessidade de isolá-lo com fins de estudo pode ser contestada, e em verdade o plano do Prâna, ou o princípio do Prâna, perpassa todos os outros planos, todos os outros princípios, interpenetrando a todos e unindo-os em um só.
Restam para nosso estudo o plano físico, o plano astral, os níveis inferiores do plano Manásico. Poderemos substituí-los por provas que sejam aceitas por aqueles que ainda não são Teosofistas?

Primeiro, sobre o plano físico. Temos aqui que perceber como os sentidos do homem estão relacionados com o universo físico externo a si, e como seu conhecimento deste universo é limitado pelo poder de seus órgãos de sentidos em vibrar em resposta às vibrações impostas de fora. Podemos ouvir quando o ar é posto em uma vibração em que o tímpano de nosso ouvido também o possa ser; se a vibração for tão lenta de modo que o tímpano não possa vibrar em resposta, a pessoa não ouvirá som algum.
Se a vibração for tão rápida de modo que o tímpano não possa vibrar em resposta, a pessoa não ouve nenhum som. Tão verdade é isso que o limite de audição em pessoas diferentes varia no poder de vibração dos tímpanos de seus respectivos ouvidos; uma pessoa fica mergulhada no silêncio, enquanto que outra é ensurdecida pelo agudo trinado que está pondo em tumulto o ar em torno de ambas.

O mesmo princípio funciona para a visão; vemos até onde as ondas de luz sejam de comprimento a que possam responder nossos órgãos de visão; abaixo e além deste comprimento estamos nas trevas, por mais que o éter possa vibrar. A formiga pode ver onde somos cegos, porque seu olho pode receber e responder a vibrações etéricas mais rápidas do que podemos perceber.
Tudo isso sugere a qualquer pessoa pensante a idéia de que se nossos sentidos pudessem ser desenvolvidos para uma responsividade maior, novas avenidas de conhecimento seriam abertas mesmo no plano físico; compreendido isto, não será difícil dar um passo além, e conceber que sentidos mais agudos e sutis poderiam existir que desvendariam, por assim dizer, um novo universo em um plano outro que não o físico.
Assim, esta concepção é verdadeira, e com a evolução dos sentidos astrais o plano astral se descortina, e pode ser estudado tão realmente, tão cientificamente, quanto o pode ser o universo físico. Estes sentidos astrais existem em todos os homens, mas estão latentes na maioria, e geralmente precisam ser artificialmente forçados, se forem ser usados em nosso presente estágio de evolução. Em algumas poucas pessoas eles estão presentes de modo normal e se tornam ativos sem nenhum impulso artificial.
Em muitíssimas pessoas eles podem ser artificialmente despertos e desenvolvidos. A condição, em todos os casos, da atividade dos sentidos astrais é a passividade do físico, e quanto mais completa a passividade no plano físico, maior a possibilidade de atividade no astral.

É digno de nota que os psicólogos ocidentais tenham considerado necessário investigar o que é chamado de “consciência do sonho”, a fim de entender a atuação da consciência como um todo. É impossível ignorar os estranhos fenômenos que caracterizam a operação da consciência quando é tirada das limitações do plano físico, e alguns dos mais capazes e avançados de nossos psicólogos não pensam que estas operações sejam de forma alguma indignas da investigação mais cuidadosa e científica.

Todas estas operações estão, na linguagem Teosófica, no plano astral, e o estudante que buscar provas de que exista um plano astral pode encontrar aqui mais que o bastante. Ele descobrirá rápido que as leis sob que funciona a consciência no plano físico não existem no astral, isto é, as leis do espaço e do tempo, que são aqui as próprias condições do pensamento, não existem para a consciência quando sua atividade é transferida para o mundo astral.

Mozart ouve toda uma sinfonia como uma impressão única, “como em um belo e poderoso sonho” (Du Prel, Filosophy of Mysticism, vol. I, p. 106), mas tem que desdobrá-la em sucessivos detalhes quando a traz de volta ao plano físico. O sonho do momento contém uma massa de eventos que tomaria anos para passar em sucessão em nosso mundo de espaço e tempo. O homem à beira da morte vê sua história de vida em poucos segundos. Mas não é preciso multiplicar exemplos.
O plano astral pode ser alcançado no sono ou em transe, natural ou induzido, isto é, em qualquer caso em que o corpo seja reduzido a uma condição de letargia. É em transe que ele pode melhor ser estudado, e aqui nosso pesquisador logo encontrará provas de que a consciência pode atuar à parte do organismo físico, desimpedida das leis que a bloqueiam enquanto opera no plano físico.

A clarividência e a clariaudiência estão entre os fenômenos mais interessantes que esperam investigação. Não é necessário dar aqui um grande número de casos de clarividência, pois suponho que o pesquisador tencione estudar por si mesmo. Mas posso mencionar o caso de Jane Rider, observado pelo Dr. Belden, seu médico atendente: uma garota que podia ler e escrever com os seus olhos cuidadosamente cobertos com vendas de tecido de algodão, cuja visão vinha a partir do meio de seu queixo. (Ísis sem Véu, vol. I, p. 37)
Ou o caso do clarividente observado por Schelling que anunciou a morte de um parente à distância de 150 léguas, e disse que a carta contendo a notícia da morte estava a caminho (ibid., vol. II, pp. 89-92); ou Madame Lagrandé, que diagnosticou o estado interno de sua mãe, dando uma descrição que provaria estar correta pelo exame post-mortem (Dr. Haddock, Somnambulism and Psychism, pp. 54-56); ou a sonâmbula do Dr. Haddock, Emma, que constantemente diagnosticava doenças para ele (ibid., cap. VII).
Falando de modo geral, o clarividente pode ver e descrever eventos que estão tendo lugar à distância, ou sob circunstâncias que tornam a visão física impossível. Como isto é feito? Os fatos estão além da controvérsia. Eles requerem explicação. Dizemos que a consciência pode operar através de sentidos outros que não o físico, sentidos desimpedidos das limitações de espaço que existem para nossos sentidos corpóreos e que não podem ser transcendidas por estes.
Aqueles que negam a possibilidade de tais operações no que chamamos de plano astral deveriam pelo menos tentar apresentar uma hipótese mais razoável do que a nossa. Fatos são coisas inatacáveis, e temos aqui uma massa de fatos provando a existência de atividade consciente em um plano supra-físico, como a visão sem olhos, audição sem ouvidos, obtenção de conhecimento sem o aparato físico. Na falta de qualquer outra explicação, a hipótese Teosófica mantém sua predominância.
Há uma outra classe de fatos: a de aparições etéricas ou astrais, seja de pessoas vivas ou mortas, espectros, aparições, duplos, fantasmas, etc, etc. É claro que a pessoa onisciente do final do século XIX suspiraria com desdém superior diante da menção de tais superstições tolas. Mas suspiros não anulam os fatos, e é uma questão de evidência.
O peso da evidência está enormemente do lado de tais aparições, e em todas as eras do mundo o testemunho humano tem autenticado sua realidade. O pesquisador que requerer as provas de que falei pode bem colocar-se a trabalhar para reunir evidência de primeira mão sobre este assunto. É claro que se ele tiver medo de ser ridicularizado seria melhor deixar o assunto em paz, mas se for robusto o bastante para enfrentar o ridículo da pessoa “superior” ele se assombrará com a evidência que reunir de pessoas que entraram elas mesmas em contato pessoal com formas astrais.
“Ilusões! Alucinações!” dirá a pessoa “superior”. Mas interjeições não comprovam nada. As ilusões de que a vasta maioria da humanidade dá testemunho são pelo menos dignas de estudo, se ao testemunho humano for dado algum crédito. Deve haver algo que dá margem a esta unanimidade de testemunho em todas as épocas do mundo, testemunho que é encontrado hoje entre pessoas civilizadas, no meio de estradas de ferro e luzes elétricas, assim como entre raças bárbaras.
O testemunho de milhões de Espíritas sobre a realidade das formas etéricas e astrais não pode ser deixada fora de consideração. Quando todos os casos de fraude e impostura forem descontados permanecem fenômenos que não podem ser considerados fraudulentos, e que podem ser examinados por quaisquer pessoas que cuidarem de dar tempo e trabalho para investigar.
Não há necessidade alguma de empregar-se um médium profissional; uns poucos amigos bem conhecidos entre si podem levar a cabo sua investigação juntos; e não é demais dizer que meia dúzia de pessoas, com um pouco de paciência e perseverança, podem convencer-se da existência de forças e inteligências outras que não as do plano físico.
Há perigo, nesta pesquisa, para naturezas emotivas, nervosas e facilmente influenciáveis, e seria bom não levar a investigação muito longe, pelas razões dadas antes. Mas não há maneira mais rápida de quebrar a descrença na existência de algo além do plano físico do que tentar uns poucos experimentos, e vale a pena correr algum risco a fim de realizar esta quebra.
Estas são apenas sugestões sobre linhas que o pesquisador poderá seguir, de modo a convencer-se de que há um estado de consciência tal como o que rotulamos de “astral”. Quando ele tiver coletado evidências suficientes para tornarem este estado provável para ele, será tempo de por-se no caminho do estudo sério.
Para uma investigação verdadeira do plano astral, o estudante deve desenvolver em si os sentidos necessários, e para tornar este conhecimento disponível enquanto ele estiver no corpo, ele deve aprender a transferir sua consciência ao plano astral sem perder contato com o organismo físico, de modo que possa imprimir no cérebro físico o conhecimento adquirido durante suas viagens astrais.
Mas para isso ele precisará ser não apenas um mero pesquisador, mas um estudante, e ele precisará da ajuda e orientação de um instrutor. Sobre encontrar este instrutor, “quando o discípulo estiver pronto o mestre sempre estará lá”. Provas adicionais da existência do plano astral, na época presente, são encontradas mais facilmente no estudo dos fenômenos mesméricos e hipnóticos. E aqui, antes de passarmos a eles, sou obrigada a dar uma palavra de advertência.
O uso do mesmerismo e do hipnotismo é rodeado de perigo. A publicidade que existe para todas as descobertas científicas do ocidente disseminou amplamente conhecimento que coloca ao alcance daqueles dispostos criminalmente poderes do mais terrível caráter, que podem ser usados com propósitos os mais daninhos.
Nenhum homem ou mulher bons usará estes poderes, se descobrir que os possui, exceto quando ele os usar puramente para serviço humano, sem fins pessoais em vista, e quando ele estiver bem seguro de que não estará por seu intermédio usurpando o controle sobre a vontade e ações de outro ser humano. Infelizmente o uso destas forças está tão aberto ao mau quanto ao bom, e podem ser, e estão sendo, usados para os fins mais nefastos.
Em vista destes novos perigos ameaçando indivíduos e sociedade, cada um faria melhor reforçando os hábitos de autocontrole e de concentração de pensamento e vontade, de modo a encorajar uma atitude mental positiva como oposta à negativa, e assim opondo uma resistência constante a todas as influências vindas de fora.
Nossos indolentes hábitos de pensamento, nossa falta de propósito nítido e consciente, deixam-nos abertos aos ataques dos hipnotizadores mal-intencionados, e que este é um perigo real e não fantasioso o tem sido provado por casos que levaram as vítimas para debaixo da lei criminal. Pode ser esperado que logo estas más práticas hipnóticas possam ser enquadradas no código penal.
Estando assim em atitude de cuidado e autodefesa, poderemos estudar embora com precaução as experiências tornadas públicas ao mundo, em nossa busca de provas preliminares da existência do plano astral. Pois aqui a ciência ocidental está na iminência de descobrir alguns dos “poderes” de que tanto tem falado os Teosofistas, e temos o direito de usar em justificação de nossos ensinamentos todos os fatos com que a ciência puder nos suprir.

Mas uma das mais importantes classes destes fatos é a dos pensamentos tornados visíveis como formas. Uma pessoa hipnotizada, depois de ser desperta do transe e estando aparentemente em posse normal de seus sentidos, pode ser feita ver quaisquer formas concebidas pelo hipnotizador. Nenhuma palavra precisa ser dita, nenhum toque feito; é suficiente que o hipnotizador imagine claramente para si mesmo alguma idéia, e aquela idéia se torna um objeto visível e tangível para a pessoa sob seu controle.
Este experimento pode ser tentado de várias maneiras; enquanto o paciente está em transe pode ser usada “sugestão”; isto é, o operador pode dizer-lhe que há uma ave em seu joelho, e quando despertar de seu transe ela verá o pássaro e tocará nele (Richet, Études Cliniques sur la Grand Hystérie, p. 645); ou que ele tem uma lâmpada entre suas mãos, e ao despertar ele pressionará suas mãos contra ela, sentindo a resistência no ar vazio (Binet & Féré, Animal Magnetism, p. 213).
Relatos destes experimentos podem ser lidos em Richet ou em Binet e Féré. Resultados similares podem ser obtidos sem “sugestão”, por pura concentração do pensamento; eu vi um paciente obrigado a retirar deste modo um anel do dedo de uma pessoa, sem haver sido falada palavra ou feito qualquer toque entre o hipnotizador e o hipnotizado.
A literatura sobre mesmerismo e hipnotismo em inglês, francês e alemão agora já é muito extensa, e está aberta a qualquer um. Pode ser desejada a evidência desta criação de formas pelo pensamento e vontade, formas que, no plano astral, são reais e objetivas. O mesmerismo e o hipnotismo deixam a inteligência livre neste plano, e ela opera portanto sem o impedimento normalmente imposto pelo aparato físico; ela pode ver e ouvir naquele plano, e vê pensamentos como sendo coisas.
Aqui, também para estudo real, é necessário aprender como transferir a consciência mas retendo o domínio do organismo físico; mas para uma investigação preliminar será bastante estudar outros cuja consciência é artificialmente liberada sem sua própria vontade. Esta realidade das imagens de pensamento em um plano suprafísico é um fato da maior importância, especialmente no que toca à reencarnação; mas é suficiente aqui apontá-la como um dos fatos que vão demonstrar a probabilidade prima facie da existência de tal plano.

Uma outra classe de fatos que merece estudo é aquela que inclui o fenômeno da transmissão de pensamento, e aqui chegamos aos níveis inferiores do plano mental ou Manásico. O Transactions of the Psychical Research Society contêm um vasto número de experiências interessantes sobre este tópico, e a possibilidade da transmissão de pensamento de cérebro a cérebro sem o uso de palavras, ou de qualquer outro meio de comunicação física comum, está à beira da aceitação geral.
E dois indivíduos, dotados de paciência, podem convencer a si mesmos desta possibilidade, se cuidarem de devotar ao esforço tempo e perseverança suficientes. Deixemos que combinem em dedicar, digamos, dez minutos diários à sua experiência, e fixando o tempo, que cada um isole-se, evitando interrupções de qualquer tipo. Que um seja o projetor de pensamento, e o outro o receptor, e é seguro alternar estas posições, a fim de evitar o risco de um se tornar permanentemente anormalmente passivo.

Que o projetor de pensamento se concentre em um pensamento definido e na vontade de impressioná-lo em seu amigo; nenhuma idéia senão esta deve entrar em sua mente; seu pensamento deve ser concentrado em uma só coisa, unidirecionado [one-pointed, no original – NT], na linguagem plástica de Patanjali. O receptor do pensamento, por outro lado, deve deixar sua mente em branco, e deve meramente perceber os pensamentos que entram nela. Ele os deve anotar à medida em que aparecem, sendo o seu único cuidado o de permanecer passivo, para nada rejeitar, nem encorajar nada.
O projetor do pensamento, por sua vez, deveria manter um registro das idéias que tenta enviar, e ao fim de seis meses os dois registros serão comparados. A menos que as pessoas sejam anormalmente deficientes em pensamento e vontade, algum poder de comunicação àquela altura se terá estabelecido entre elas, e se forem ao menos sensitivas, provavelmente também deverão ter desenvolvido o poder de verem-se mutuamente na luz astral.

Pode ser objetado que um experimento como este seria cansativo e monótono. Concedo. Todas as investigações em primeira mão sobre as leis e forças naturais são cansativas e monótonas. Este é o porquê de quase todo mundo preferir conhecimento de segunda mão ao de primeira; a “sublime paciência do investigador” é um dos dons mais raros. Darwin era capaz de realizar um experimento aparentemente trivial centenas de vezes a fim de substanciar um pequeno fato.
Os domínios supra-sensoriais certamente não requerem para sua conquista menos paciência e menos esforço do que os sensórios. A impaciência jamais conseguiu qualquer coisa na pesquisa da natureza, e o futuro estudante deve, desde o início, mostrar a perseverança incansável que pode morrer mas nunca relaxará em seu objetivo.
Finalmente, deixem-me aconselhar o pesquisador a manter seus olhos abertos para novas descobertas, especialmente nas ciências da eletricidade, física e química. Leia-se o comunicado do Prof. Lodge à British Association em Cardiff no outono de 1891 e o comunicado do Prof. Crookes à Society of Electrical Engineers em Londres no novembro seguinte.

Ele encontrará ali férteis sugestões sobre as linhas em que a ciência ocidental está se preparando para avançar, e eventualmente ele sentirá que pode haver algo na declaração de H.P.Blavatsky de que os Mestres de Sabedoria estão se preparando para dar provas que respaldarão a Doutrina Secreta.

https://www.facebook.com/elias.dipaiva

21 de fevereiro de 2015

Âtmâ-Buddhi, o Espírito

 Foto de Elias Di Paiva.

CAPÍTULO - 4/5.
OS SETE PRINCÍPIOS, VEÍCULOS, CORPOS, ATRIBUTOS, DO HOMEM.

"TEOSOFIA DE HELENA BLAVATSKY
PRINCÍPIOS VI E VII
Âtmâ-Buddhi, o Espírito
Completando o pensamento da última seção, olharemos primeiro para Âtmâ-Buddhi em sua conexão com Manas, e então passaremos a uma visão um pouco mais geral dele como a “Mônada”. A concepção melhor e mais clara da trindade humana, Âtmâ-Buddhi-Manas, será encontrada em A Chave para a Teosofia, na qual H.P.Blavatsky dá as seguintes definições:

“O EU SUPERIOR é Âtmâ, o inseparável raio do EU ÚNICO e Universal. É o Deus acima, mais do que dentro de nós. Feliz o homem que consegue saturar seu Ego interno com ele. O divino EGO ESPIRITUAL é a alma espiritual, ou Buddhi, em estreita união com Manas, o princípio mental, sem o qual não é um EGO de forma alguma, mas apenas o Veículo Âtmico.

“O EGO INTERIOR ou SUPERIOR é Manas, o assim chamado quinto princípio, independentemente de Buddhi. O princípio mental só é o Ego Espiritual quando imerso em e unificado com Buddhi... Ele é a individualidade permanente ou o Ego reencarnante”. (pp.175-176)

Âtmâ deve ser considerado então como a parte mais abstrata da natureza humana, o “alento” que precisa de um corpo para sua manifestação. Ele é a única realidade, que se manifesta em todos os planos, a essência do que todos os nossos princípios são apenas de aspectos.

A Existência Eterna única, de onde vêm todas as coisas, que encarna um de seus aspectos no universo, da qual falamos como sendo a Vida Única – esta Existência Eterna irradia-se como Âtmâ, o próprio Eu do universo e também do homem; seu núcleo mais interno, seu próprio coração, aquilo de que todas as coisas são herdeiras.
Em Si incapaz de manifestação direta nos planos inferiores, embora seja Aquilo sem o que nenhum dos planos inferiores poderia vir à existência, reveste-Se de Buddhi, como Seu veículo, ou meio para manifestação ulterior. “Buddhi é a faculdade de cognição, o canal através do qual o conhecimento divino chega ao Ego, é o discernimento do bem e do mal, também a consciência divina, e a Alma espiritual, que é o veículo de Âtmâ” (Dout. Sec., vol. I, p. 2).

Ele é freqüentemente chamado de o princípio do discernimento espiritual. Mas Âtmâ-Buddhi, um princípio universal, precisa individualizar-se antes que a experiência possa ser tida e a autoconsciência alcançada. Assim o princípio mental é unido a Âtmâ-Buddhi, e a trindade humana se completa. Manas se torna o Ego espiritual somente quando imerso em Buddhi; Buddhi se torna o Ego espiritual somente quando unido a Manas; na união dos dois jaz a evolução do Espírito, autoconsciente em todos os planos.
Daí Manas tende para Âtmâ-Buddhi, assim como o Manas inferior tende para o superior, e daí, em relação ao Manas superior, Âtmâ-Buddhi, ou Âtmâ, é freqüentemente chamado de “o Pai no Céu”, como o próprio Manas superior é ele mesmo descrido desta forma em relação ao inferior.

O Manas inferior ganha experiência para levá-la de volta à sua fonte; o Manas superior armazena o ganho através de todo o ciclo de reencarnação; Buddhi se funde com o Manas superior; e estes, penetrados pela luz Âtmica, una com aquele Eu Verdadeiro, a trindade se torna uma unidade, o Espírito fica autoconsciente em todos os planos, e o objetivo do universo manifesto é alcançado.
Mas nenhuma de minhas palavras pode presumir explicar ou descrever o que está além da explicação e além da descrição. As palavras podem apenas errar no que se refere a um tema destes, diminuindo-o e distorcendo-o. Somente por longa e paciente meditação o estudante pode esperar vagamente sentir algo maior que ele mesmo, embora algo que se move no mais fundo centro de seu ser.
Assim como ao olharmos firmemente para o pálido céu crepuscular, lá aparece depois de um momento, debilmente e muito distante, o suave brilho de uma estrela, assim ao olhar paciente da visão interior pode surgir o tênue raio da estrela espiritual, ainda que só como uma mera sugestão de um mundo muito remoto.
Só para uma pureza paciente e perseverante aquela luz surgirá, e bendito além de toda a bênção é aquele que vê seja apenas o mais pálido fulgir daquela radiância transcendente.
Com tais idéias a respeito do “Espírito”, será logo entendido o horror com que os Teosofistas fogem de atribuir os fenômenos triviais das sessões a “espíritos”. Tocando caixas de música, falando através de trompetes, batendo na cabeça das pessoas, carregando gaitas em torno da sala – estas coisas podem todas estar muito bem para entidades astrais, fantasmas e elementais, mas quem poderá atribuí-las a “espíritos” se tiver alguma concepção de Espírito digna deste nome?
Tal vulgarização e degradação do mais sublime dos conceitos já desenvolvidos pelo homem seguramente é motivo do mais profundo pesar, e pode-se esperar que muito logo estes fenômenos serão colocados em seu devido lugar, como evidência de que as visões materialistas do universo são inadequadas, em vez de serem exaltados a uma posição que não podem ocupar como provas do Espírito.
Nenhum fenômeno físico, nem intelectual, são provas da existência do Espírito. O Espírito só pode ser demonstrado para o espírito. Não se pode provar uma proposição de Euclides para um cão; não se pode provar Âtmâ-Buddhi para Kâma e para o Manas inferior. À medida que subirmos, nossa visão se ampliará, e quando estivermos no topo da Montanha Sagrada os planos do Espírito se estenderão diante de nossa visão aberta.
A MÔNADA EM EVOLUÇÃO
Talvez uma definição algo mais definida de Âtmâ-Buddhi possa ser obtida pelo estudante se ele considerar sua atuação na evolução como Mônada. Mas Âtmâ-Buddhi é idêntico com a Superalma universal, “ela mesma um aspecto da Raiz Desconhecida”, a Existência Única. Quando a manifestação inicia a Mônada é “arrojada para baixo na matéria”, para impulsionar para diante e forçar a evolução (vide a Dout. Sec., vol. II, p.115); ela é a fonte primeira, por assim dizer, de toda a evolução, a força propulsora na base de todas as coisas.

Todos os princípios que estivemos estudando são meros “aspectos variadamente diferenciados” de Âtmâ, a Única Realidade manifestando-se em nosso universo; está em cada átomo, é “a raiz de todo átomo individualmente e de todas as formas coletivamente”, e todos os princípios são fundamentalmente Âtmâ nos diferentes planos.
As etapas de sua evolução são mui claramente apresentadas em Cinco Anos de Teosofia, p. 273 et seq. Lá nos é mostrado como ela passa através dos estágios denominados elementais, “centros nascentes de forças”, e chega ao estágio mineral; dali passa subindo através do vegetal, animal, até o homem, vivificando todas as formas.
Como se nos é ensinado na Doutrina Secreta: “Diz o bem conhecido aforismo Cabalístico:
“Uma pedra se torna uma planta; a planta, uma besta; a besta, um homem; o homem, um espírito; e o espírito, um deus”. A ‘centelha’ anima todos os reinos por sua vez antes que entre e anime o homem divino, entre o qual e seu predecessor, o homem animal, há toda a diferença do mundo... A Mônada... existe primeiro de tudo, lançada abaixo pela lei da evolução na mais inferior forma da matéria – o mineral.
“Depois de um ciclo sétuplo encerrada na pedra, ou aquilo que se tornará mineral e pedra na Quarta Ronda, sai dela, digamos, como um líquen. Passando adiante, através de todas as formas de matéria vegetal, para o que é chamado matéria animal, chega agora ao ponto em que terá se tornado o germe, por assim dizer, do animal, que se tornará o homem físico” (vol I. pp. 266-267)

É a Mônada, Âtmâ-Buddhi, que vivifica assim cada parte e reino da natureza, fazendo tudo ser permeado de vida e consciência, um todo palpitante. “O ocultismo não reconhece nada inorgânico no cosmos. A expressão empregada pela ciência, ‘substância inorgânica’, significa simplesmente que a vida latente, dormitando nas moléculas da assim chamada ‘matéria inerte’, é irreconhecível.
Tudo é vida e cada átomo mesmo do pó mineral é uma vida, embora além de nossa compreensão e percepção, porque está fora do alcance das leis conhecidas dos que rejeitam o Ocultismo” (Dout. Sec. vol. I, pp. 268-269). E mais: “Tudo no universo, em todos os reinos, é consciente, isto é, dotado de uma consciência de seu próprio tipo e em seu próprio plano de percepção.
“Nós homens devemos lembrar que simplesmente porque não percebemos nenhum sinal de consciência que possamos reconhecer, digamos na pedra, não temos o direito de dizer que não existe nenhuma consciência ali. Não há esta coisa chamada matéria ‘morta’ ou ‘cega’, assim como não existe lei ‘cega’ ou ‘inconsciente’ “ (p. 295).
Quantos dos grandes poetas, com a sublime intuição do gênio, sentiram esta grande verdade! Para eles toda a natureza pulsa com vida; eles vêem vida e amor em toda parte, em sóis e planetas assim como nos grãos de pó, nas folhas esvoaçantes e nas flores que desabrocham, nos moscardos e nas serpentes que rastejam.
Cada forma manifesta tanto da Vida Única quanto é capaz de expressar, e o que é o homem para desprezar as manifestações mais limitadas, quando ele se compara, como uma expressão de vida, não com as formas abaixo de si, mas com as possibilidades de expressão que pairam acima dele em alturas infinitas de ser, que ele pode avaliar ainda menos do que a pedra pode avaliá-lo?

O estudante verá prontamente que devemos considerar esta força no centro da evolução como essencialmente única. Só há um Âtmâ-Buddhi no universo, a Alma universal, presente em todo lugar, imanente em tudo, a Única Energia Suprema da qual todas as várias energias ou forças são apenas formas diferentes.
Assim como o raio solar é luz ou calor ou eletricidade de acordo com seu ambiente condicionador, da mesma forma Âtmâ é todo energia, diferenciando-se em planos distintos. “Como uma abstração, nós o chamaremos de Vida Única; como uma realidade objetiva e evidente, falamos de uma escala de manifestação setenária, que começa na extremidade superior com a causalidade única incognoscível, e termina como Mente Onipresente e Vida imanente em cada átomo de matéria” (Dout. Sec., vol. I, p. 163)
Seu curso evolucionário está muito claramente delineado em uma citação dada na Doutrina Secreta, e como estudantes são freqüentemente confundidos a respeito desta unidade da Mônada, eu me associo a eles nesta declaração. O assunto é difícil, mas não poderia, imagino, ser melhor colocado do que nestas frases:
“Assim a essência Monádica ou cósmica (se nos permitirmos tal termo) no mineral, vegetal, e animal, embora a mesma em toda a série de ciclos desde o elemental mais inferior até o reino Dévico, só difere na escala de progressão.
“Seria muito enganoso imaginar uma Mônada como uma entidade separada trilhando seu lento caminho através dos reinos inferiores, e depois de incalculáveis séries de transformações florescer como um ser humano; em suma, que a Mônada de um Humboldt foi a Mônada de um átomo de silício.
“Em vez de dizermos ‘Mônada Mineral’, a fraseologia mais correta na ciência física, que diferencia cada átomo, a chamaria obviamente ‘a Mônada manifestando-se na forma de Prakriti chamada reino mineral’. O átomo, como representado na hipótese científica comum, não é uma partícula de algo, animada por algo psíquico, destinada depois de éons a florescer como um homem. Mas ele é uma manifestação concreta da energia universal que ainda não se tornou individualizada; uma manifestação seqüencial da Mônada universal única.

“O oceano de matéria não se divide em suas gotas potenciais e constituintes até que o impulso da vida atinge o estágio do nascimento humano. A tendência em direção à segregação em Mônadas individuais é gradual, e nos animais superiores quase chega no ponto. Os Peripatéticos aplicavam o termo Mônada ao conjunto do cosmos no sentido panteísta; e os ocultistas, ainda que aceitando este pensamento por amor à conveniência, distinguem os estágios progressivos da evolução da forma concreta a partir do abstrato com termos de que ‘Mônada mineral, vegetal, animal’ são exemplos. O termo meramente significa que a maré da evolução espiritual está passando por aquele arco de seu ciclo.
“A ‘Essência Monádica’ começa imperfeitamente a se diferenciar em direção à consciência individual no reino vegetal. Como as Mônadas não são coisas compósitas, como corretamente definiu Leibnitz, é a essência espiritual que as vivifica em seus graus de diferenciação o que propriamente constitui a Mônada – não a agregação atômica, que é só o veículo e a substância através dos quais se agitam os graus inferiores e superiores de inteligência”. (vol. I, p. 201)

O estudante que ler e ponderar esta passagem, a custo de um pequeno esforço presente, poupará a si mesmo muita confusão em dias futuros. Primeiro que perceba claramente que a Mônada – “a essência espiritual” à qual somente o termo Mônada deveria ser aplicado com precisão estrita – é uma só em todo o universo, que Âtmâ-Buddhi não é seu, nem meu, nem propriedade de ninguém em particular, mas sim é a essência espiritual energizante em tudo.

Da mesma forma a eletricidade é uma só em todo o mundo; embora possa estar ativa em sua máquina ou na minha, nem ele nem eu podemos chamá-la nossa eletricidade, particularmente. Mas – e aqui surge confusão – quando Âtmâ-Buddhi energiza-se num homem, em quem Manas está ativo como uma força individualizante, fala-se amiúde como se a “agregação atômica” fosse uma Mônada separada, e então temos “Mônadas”, como na passagem acima.

Esta maneira dúbia de usar o termo não levará ao erro se o estudante lembrar que o processo de individualização não está no plano espiritual, mas Âtmâ-Buddhi visto através de Manas parece compartilhar da individualidade deste último. Assim se você pegar na mão vários vidros coloridos pode ver através eles um sol vermelho, um sol azul, um sol amarelo, e assim por diante. Não obstante, só há um sol brilhando sobre você, alterado pelos meios pelos quais você o olha.

Quão freqüentemente nos deparamos com a frase “Mônadas humanas”; deveria ser “a Mõnada se manifestando no reino humano”; mas esta precisão algo pedante provavelmente só confundiria um maior número de pessoas, e a frase popular mais imprecisa não confundirá se o princípio de unidade no plano espiritual for compreendido, não mais do que nos confundimos ao falar do ‘nascer’ do sol.
“A Mônada Espiritual é única, universal, ilimitada, e inteira, cujos raios, não obstante, formam o que, em nossa ignorância, chamamos as ‘Mõnadas individuais’ dos homens” (Dout. Sec., vol I, p. 200).

Muito bela e poeticamente esta unidade é descrita em um dos Catecismos Ocultos, onde o Guru questiona o discípulo:
“Levanta tua cabeça, oh Lanoo; vês uma ou incontáveis luzes acima de ti, incandescentes nos escuro céu da meia-noite?
“Percebo só uma Chama, oh Gurudeva; vejo incontáveis centelhas não separadas ardendo nela”.
“Disseste bem. E agora olha em torno e dentro de ti mesmo. Aquela luz que brilha dentro de ti, tu a percebes diferente de alguma forma da luz que brilha em teus semelhantes?
“De modo algum ela é diferente, embora o prisioneiro seja mantido em amarras pelo Karma, e embora suas veste exteriores iludam o ignorante para que diga ‘tua alma’, e ‘minha alma’ “ (Dout. Sec., vol. I, p. 145).

Não deve haver agora nenhuma dificuldade séria em compreender os estágios da evolução humana; a Mônada, que tem percorrido seu caminho como vimos, chega no ponto em que a forma humana pode ser manifesta na terra; um corpo etérico e sua contraparte física então são desenvolvidos, Prâna se especializa a partir do grande oceano da vida, e Kâma é desenvolvido, todos estes princípios, o quaternário inferior, sendo vigiados pela Mônada, energizados por ela, impelidos por ela, forçados para a frente por ela em direção ao contínuo aperfeiçoamento da forma e da capacidade para manifestar as energias superiores na Natureza.

Este foi o homem animal, ou físico, que evolui através de duas Raças e meia. Mas a Mônada e o quaternário inferior não poderiam entrar em relação suficientemente estreita entre si; ainda faltava um elo. “O Dragão Dual [a Mônada] não tem domínio sobre a mera forma. É como a brisa que não encontra árvore ou ramagem para recebê-la e abrigá-la. Ela não pode afetar a forma quando não existe agente de transmissão, e a forma não a conhece” (Dout. Sec., vol II., p. 60).
Então, no ponto médio recém alcançado, isto é, da Terceira Raça, os Mânasaputra inferiores passaram a habitar as moradias assim preparadas para eles, e a formar a ponte entre o homem animal e o Espírito, entre o quaternário evoluído e o vigilante Âtmâ-Buddhi, para iniciar o longo ciclo de reencarnação que deve culminar no homem perfeito.
O “influxo Monádico”, ou a evolução da Mônada, do animal até o reino humano, continuou durante a Terceira Raça até a metade da Quarta, continuamente a população recebendo assim novos recrutas, continuando deste modo o nascimento de almas durante a segunda metade da Terceira Raça e a primeira metade da Quarta.

Depois disso, do “ponto de inflexão” do ciclo de evolução, “mais nenhuma Mônada pode entrar no reino humano. A porta se fecha para este ciclo” (Dout. Sec., vol. I, p. 205). Desde então a reencarnação tem sido o método de evolução, esta reencarnação individual do Pensador imortal em conjunção com Âtmâ-Buddhi substituindo a habitação coletiva de Âtmâ-Buddhi nas formas inferiores de matéria.
De acordo com os ensinamentos Teosóficos, a humanidade agora atingiu a Quinta Raça, e estamos já na quinta sub-raça, tendo diante de si a humanidade deste globo no presente estágio a complementação da Quinta Raça, e o surgimento, maturidade e queda da Sexta e Sétima Raças.

Mas durante todas as eras necessárias para esta evolução, não há aumento no número total de Egos reencarnantes; só um pequeno número deles estão encarnados sobre o globo em qualquer tempo dado, de modo que a população pode aumentar e diminuir dentro de limites muito amplos, e tem-se percebido que há uma explosão populacional depois de um despovoamento local causado por uma mortalidade fora do comum.
Há espaço de sobra para todas estas flutuações, tendo-se em vista a diferença entre o número total de Egos reencarnantes e o número de fato encarnado em um dado período.

 https://www.facebook.com/elias.dipaiva/posts/1047720448587828?comment_id=1048237145202825&notif_t=mentions_comment

16 de fevereiro de 2015

O Timo

Comentários sobre exercícios para ativar o Timo






 O Timo, em conjunto com a pineal e com a pituitária, geram, quando em perfeito equilíbrio, um estado de pureza no ser humano. Pureza ainda inconsciente na criança e pureza consciente no adulto que a este equilíbrio tenha chegado. 


Veja que o Timo é vermelho no feto, branco (ou esbranquiçado) nos primeiros anos de vida e depois fica amarelo, indicando o caminho que deveria seguir o ser humano: do vermelho ao amarelo, ou de Tamas à Satwa.


O Timo no nascimento, pesa de 10 a 35 gramas, crescendo até praticamente dobrar de peso aos 15 anos de idade, depois decrescendo (ou atrofiando) até ficar com a metade do volume inicial, no idoso. E pq começa a decrescer aos 15 anos: pq entra em atividade e função sexual nos seres humanos.


O Timo produz duas substâncias enigmáticas: a timosina que propicia a maturação de linfócitos (e órgãos associados, como por exemplo, o baço) estando ligada ao sistema imunológico, produzindo anticorpos mesmo quando não está mais em seu apogeu.


Os anticorpos são pequenas proteínas produzidas pelos linfócitos (b) e circulam no organismo, cada um com uma função específica. Quando encontram um elemento externo (um antígeno) o anticorpo se encaixa no invasor(virus, bactéria ou o que seja) e o destrói.


Mesmo sendo específicos, cada linfócito tem em sua superfície receptores que permitem alterar sua própria estrutura. E o que possibilita este comando aos linfócitos, são os neurotransmissores, e novamente aparece o Timo, pois a timosina pode agir como imunotransmissor. Desta forma, permitindo interferência da mente humana no processo e combate às doenças.

Outra substância emblemática produzida pelo Timo é a timina: substância que atua na chamada placa mioneural, local de junção dos nervos com os músculos, onde vai se dar a contração muscular. A ciência atribui à timina a causa de doenças musculares, como por exemplo a miastenia. Isto significa que, a certa altura, o cansaço muscular deve-se a interferência do Timo.

Estes, citados acima,  são aspectos fisiológicos do Timo.

Do ponto de vista esotérico, pode-se por conta do que foi colocado, depreender-se que o Timo é o gerador de inteligência para permitir a sobrevivência do organismo humano em sua luta permanente contra as inteligências desagregadoras (Devatas, cujos corpos físicos chamamos de vírus, bactérias, etc) e, no caso de desconexão com sua função primordial, começa a desativar funções (pela limitação de assimilação de Prana) agindo como bloqueador de comunicação entre sistema motor e elétrico.

Thymus, etimologicamente está ligado a ânima, a vitalidade.


Assim, Pineal é a sede do espírito, Pituitária é a sede da alma e o Timo é a sede da vida orgânica.


Mas, temos que lembrar tb que uma glândula é uma densificação no físico de um conjunto de forças do corpo vital, do astral, etc, servindo de caminho para o contato e ação entre os planos. Pode-se fazer uma analogia como sendo uma glândula do sistema endócrino, a raiz no corpo físico de um chakra, que abre-se no vital, atraindo os afins no astral.


Portanto, qualquer que seja o exercício para ativar uma glândula, é somente um ato físico temporário, e com ação limitada e não integrada.

Nenhuma glândula vai funcionar com impulsos de baixo para cima.

Todas elas são reflexos de inteligências que compõem o corpo humano e, portanto, são reflexos do que acontece nos corpos sutis do homem.


O Timo não é a glândula da felicidade, o Timo é parte de um ternário que, quando em equilíbrio dá, entre outras coisas, a felicidade.
Mas a felicidade decorrente do equilíbrio do Timo não é igual a felicidade por comprar um carro novo ou uma bolsa nova! É diferente, a felicidade original do Timo é a felicidade divino-humana, permanente.


Por exemplo, a pessoa bate no peito e diz: “pode deixar comigo que eu vou resolver”, isto estimula o Timo momentaneamente, dando uma carga adicional de vitalidade orgânica que, se não for permeada de consciência serão só palavras ao vento, ou atos impensados, sem resultado efetivo.


Já o equilíbrio consciente, a ativação consciente do Timo, derivada do uso da Vontade, Amor-Sabedoria, Atividade (para que o Amor-Sabedoria dirija a Vontade, e juntos dirijam a Atividade), faz com que esta glândula adquira seu estado de recém nascida, plena, consciente, dando ao ser humano qualidade de vida e tudo o mais que dela deseje.

Aí é que reside a chave da transformação de vida energia em vida consciência.


Isto é a alquimia, pois o mercúrio (o Cardíaco, Timo) é que transforma o chumbo(Básico) em ouro(Coronal).
Depois disto, o Ouro desce, o Chumbo sobe, fundem-se em Mercúrio, e geram o Ouro filosofal, a summa matéria, o Lápis philosoforum, a panacéia universal, a Oitava Coisa, que a tudo e a todos(visível e invisível) equilibra (quer dizer, cura).

Além disto, o mercúrio inconsciente, ingênuo, também tem que transformar-se em mercúrio consciente. E veja que mercúrio é aquele que tem asas nos pés, e asa vem de (do Latin) ala, alae, donde deriva alácrita, alacritátis, a alegria.

O mercúrio ingênuo é a alegria humana(efêmera), o mercúrio consciente (in gênio) é o amor universal, o amor fraterno(eterno).

Então, o real exercício para o Timo é aquisição de sabedoria, de consciência, é a prática da felicidade e alegria conscientes, é evoluir, é praticar o amor fraterno, a tudo e a todos, visíveis e invisíveis, assumindo o ser humano a sua real condição de Cidadão do Universo!

Cito Henrique José de Sousa, O Professor: “ A realidade é o mistério!”


Espero ter contribuído.


Fraterno abraço, e que possamos experienciar a paz humana, até que todos sejamos um dia uma única Coisa: a própria PAX, divina em Sí.

Jorge Antonio Oro

Frequência 432Hz

 
 
Sobre qual frequência é a mais indicada para a música, se 432Hz ou 440Hz, devo dizer que eu não entendo nada de música, mas posso comentar algo:


a) Me parece lógico que a afinação na frequência Fibonacci é a natural, por ser esta sequência a base da construção das harmônicas da matéria, estando presente desde as medidas áureas das pinturas dos gran...des mestres até a contagem do número de sementes de um girassol, passando pela estrutura da grande pirâmide, obras dos construtores de templos, etc.;

b) A questão da projeção desta vibração na água é citada, apenas pq o elemento água é o mais simples de ser verificado. Mas a mesma ação poder-se-á ser notada, com a mais absoluta certeza, se aplicada a mesma vibração na terra, no ar, no akasha e no fogo. Assim, uma música ruim (tipo estes barulhos desagradáveis que hoje são chamados de música) incomoda desde um ser humano até uma salamandra (elemental do fogo). Não é por outra razão, que muitas músicas (clássicas) são usadas como elementos de cura, simplesmente pq alteram e harmonizam as frequências dos planos mais densos e mais sutis no ser humano;

c) Quado nos referimos a água, estamos nos referindo o corpo físico do elemento (tatwa) Apas. Mas, nenhum elemento é puro em si, assim, uma "partícula" do que chamamos água, tem em si todos os outros valores (Apas = Apas/2 + tejas/8 + Prithivi/8 + Vayu/8 + Akasha/8), recíproca verdadeira para todos.

d) Quanto ao 432 em si, sob o ponto de vista da gênese dos números, temos que lembrar que:
- um número quanto tende a 1 se aproxima do espiritual Uno, então, 432 significa uma ascendência ou caminho de sublimação, da matéria ao espírito, harmônica. Já o 440 representa uma repetição, e um salto, não para a unidade, mas para a base da nova série, já na fronteira do mundo humano com o divino (10);

- do ponto de vista de sexo dos números, 440 representa o feminino duplo e o zero não conta. O 432, representa o feminino, masculino e feminino, havendo os 2 elementos, portanto, equilíbro;

- Além disto, usando a redução, o 432 representa o 9, princípio masculino, enquanto o 440 representa o 8, princípio feminino. No 432, portanto, temos o equilíbrio de 2 femininos e 2 masculinos, sendo 3 manifestos e 1 oculto. No 440 temos 3 femininos, e a harmônia cósmica, sempre deve vir do equilíbrio da polaridade. 

- o 1 é o que se chama de espiritual puro. O 2 e o 3 e são o espiritual no espiritual, mas o 4 já é a projeção do espiritual no astral espiritual, pois é o quadrado de 2. Assim, já indica uma densidade em relação ao original, mesmo mantendo-se no plano inicial. Neste aspecto então, vê-se o 432 como tipicamente uma subida do astral espiritual ao espiritual harmônico, coisa não verificada no 440, razão das desarmônicas.

- O 432 tem interferência na produção de formas, em um sentido ascendente, não se verificando no 440;

- usando o que se chama redução espiritual(fatoração) de um número, 432 vale 1, que é a potência suprema. 

Me parece claro também, que esta seria a frequência desejada para que nós criássemos, quando fossemos tocar as 3 cordas da "Vina de Shiva", instrumento divino em cada um de nós, as cordas vocais, os Nadis principais, as colunas do Templo, no exercício da voz, do pensamento e da emoção. Divinos criando divinamente.

Então, mesmo com uma análise bastante simples, me parece lógico que do ponto de vista cosmogônico (e portanto humano), o 432 hz permite a criação de formas harmônicas em todos os planos. O 440 não sei, talvez só fruto da natural rebeldia inconsciente, na negação de caminhos.

Espero ter contribuído.

Sobre qual frequência é a mais indicada para a música, se 432Hz ou 440Hz, devo dizer que eu não entendo nada de música, mas posso comentar algo:


a) Me parece lógico que a afinação na frequência Fibonacci é a natural, por ser esta sequência a base da construção das harmônicas da matéria, estando presente desde as medidas áureas das pinturas dos gran...des mestres até a contagem do número de sementes de um girassol, passando pela estrutura da grande pirâmide, obras dos construtores de templos, etc.;

b) A questão da projeção desta vibração na água é citada, apenas pq o elemento água é o mais simples de ser verificado. Mas a mesma ação poder-se-á ser notada, com a mais absoluta certeza, se aplicada a mesma vibração na terra, no ar, no akasha e no fogo. Assim, uma música ruim (tipo estes barulhos desagradáveis que hoje são chamados de música) incomoda desde um ser humano até uma salamandra (elemental do fogo). Não é por outra razão, que muitas músicas (clássicas) são usadas como elementos de cura, simplesmente pq alteram e harmonizam as frequências dos planos mais densos e mais sutis no ser humano;

c) Quado nos referimos a água, estamos nos referindo o corpo físico do elemento (tatwa) Apas. Mas, nenhum elemento é puro em si, assim, uma "partícula" do que chamamos água, tem em si todos os outros valores (Apas = Apas/2 + tejas/8 + Prithivi/8 + Vayu/8 + Akasha/8), recíproca verdadeira para todos.

d) Quanto ao 432 em si, sob o ponto de vista da gênese dos números, temos que lembrar que:
- um número quanto tende a 1 se aproxima do espiritual Uno, então, 432 significa uma ascendência ou caminho de sublimação, da matéria ao espírito, harmônica. Já o 440 representa uma repetição, e um salto, não para a unidade, mas para a base da nova série, já na fronteira do mundo humano com o divino (10);

- do ponto de vista de sexo dos números, 440 representa o feminino duplo e o zero não conta. O 432, representa o feminino, masculino e feminino, havendo os 2 elementos, portanto, equilíbro;

- Além disto, usando a redução, o 432 representa o 9, princípio masculino, enquanto o 440 representa o 8, princípio feminino. No 432, portanto, temos o equilíbrio de 2 femininos e 2 masculinos, sendo 3 manifestos e 1 oculto. No 440 temos 3 femininos, e a harmônia cósmica, sempre deve vir do equilíbrio da polaridade. 

- o 1 é o que se chama de espiritual puro. O 2 e o 3 e são o espiritual no espiritual, mas o 4 já é a projeção do espiritual no astral espiritual, pois é o quadrado de 2. Assim, já indica uma densidade em relação ao original, mesmo mantendo-se no plano inicial. Neste aspecto então, vê-se o 432 como tipicamente uma subida do astral espiritual ao espiritual harmônico, coisa não verificada no 440, razão das desarmônicas.

- O 432 tem interferência na produção de formas, em um sentido ascendente, não se verificando no 440;

- usando o que se chama redução espiritual(fatoração) de um número, 432 vale 1, que é a potência suprema. 

Me parece claro também, que esta seria a frequência desejada para que nós criássemos, quando fossemos tocar as 3 cordas da "Vina de Shiva", instrumento divino em cada um de nós, as cordas vocais, os Nadis principais, as colunas do Templo, no exercício da voz, do pensamento e da emoção. Divinos criando divinamente.

Então, mesmo com uma análise bastante simples, me parece lógico que do ponto de vista cosmogônico (e portanto humano), o 432 hz permite a criação de formas harmônicas em todos os planos. O 440 não sei, talvez só fruto da natural rebeldia inconsciente, na negação de caminhos.

Espero ter contribuído.

Sobre qual frequência é a mais indicada para a música, se 432Hz ou 440Hz, devo dizer que eu não entendo nada de música, mas posso comentar algo:


a) Me parece lógico que a afinação na frequência Fibonacci é a natural, por ser esta sequência a base da construção das harmônicas da matéria, estando presente desde as medidas áureas das pinturas dos gran...des mestres até a contagem do número de sementes de um girassol, passando pela estrutura da grande pirâmide, obras dos construtores de templos, etc.;

b) A questão da projeção desta vibração na água é citada, apenas pq o elemento água é o mais simples de ser verificado. Mas a mesma ação poder-se-á ser notada, com a mais absoluta certeza, se aplicada a mesma vibração na terra, no ar, no akasha e no fogo. Assim, uma música ruim (tipo estes barulhos desagradáveis que hoje são chamados de música) incomoda desde um ser humano até uma salamandra (elemental do fogo). Não é por outra razão, que muitas músicas (clássicas) são usadas como elementos de cura, simplesmente pq alteram e harmonizam as frequências dos planos mais densos e mais sutis no ser humano;

c) Quado nos referimos a água, estamos nos referindo o corpo físico do elemento (tatwa) Apas. Mas, nenhum elemento é puro em si, assim, uma "partícula" do que chamamos água, tem em si todos os outros valores (Apas = Apas/2 + tejas/8 + Prithivi/8 + Vayu/8 + Akasha/8), recíproca verdadeira para todos.

d) Quanto ao 432 em si, sob o ponto de vista da gênese dos números, temos que lembrar que:
- um número quanto tende a 1 se aproxima do espiritual Uno, então, 432 significa uma ascendência ou caminho de sublimação, da matéria ao espírito, harmônica. Já o 440 representa uma repetição, e um salto, não para a unidade, mas para a base da nova série, já na fronteira do mundo humano com o divino (10);

- do ponto de vista de sexo dos números, 440 representa o feminino duplo e o zero não conta. O 432, representa o feminino, masculino e feminino, havendo os 2 elementos, portanto, equilíbro;

- Além disto, usando a redução, o 432 representa o 9, princípio masculino, enquanto o 440 representa o 8, princípio feminino. No 432, portanto, temos o equilíbrio de 2 femininos e 2 masculinos, sendo 3 manifestos e 1 oculto. No 440 temos 3 femininos, e a harmônia cósmica, sempre deve vir do equilíbrio da polaridade. 

- o 1 é o que se chama de espiritual puro. O 2 e o 3 e são o espiritual no espiritual, mas o 4 já é a projeção do espiritual no astral espiritual, pois é o quadrado de 2. Assim, já indica uma densidade em relação ao original, mesmo mantendo-se no plano inicial. Neste aspecto então, vê-se o 432 como tipicamente uma subida do astral espiritual ao espiritual harmônico, coisa não verificada no 440, razão das desarmônicas.

- O 432 tem interferência na produção de formas, em um sentido ascendente, não se verificando no 440;

- usando o que se chama redução espiritual(fatoração) de um número, 432 vale 1, que é a potência suprema. 

Me parece claro também, que esta seria a frequência desejada para que nós criássemos, quando fossemos tocar as 3 cordas da "Vina de Shiva", instrumento divino em cada um de nós, as cordas vocais, os Nadis principais, as colunas do Templo, no exercício da voz, do pensamento e da emoção. Divinos criando divinamente.

Então, mesmo com uma análise bastante simples, me parece lógico que do ponto de vista cosmogônico (e portanto humano), o 432 hz permite a criação de formas harmônicas em todos os planos. O 440 não sei, talvez só fruto da natural rebeldia inconsciente, na negação de caminhos.

Espero ter contribuído.

Caminhando no universo


 

 Caso possa ser útil a alguém, compartilho o comentário a pergunta do Ary Rodrigues Santos Junior, sobre o que vem antes do antes:

Ary Rodrigues Santos Junior, obrigado pela pergunta....

Primeiro, lembre que iniciação (como o próprio nome diz) é um processo que só tem começo. Nunca conhecemos nenhum "terminado", só conhecemos "iniciados", e estes, usam centenas de existências par assim poderem ser considerados pelos externos(nós, JIvas), coisa que, eles mesmos, desconhecem.

Segundo, lembre que somente um SER em cada momento evolucional, saberá tudo, e este é o Mestre. Nós, Jivas, jamais saberemos tudo, independente de sermos peregrinos (o que somos agora) ou sermos iniciados. Quanto mais alto o grau do iniciado, mas ele sabe somente daquilo que lhe compete fazer, ou seja, tudo de pouco.

Terceiro, se estamos em um processo que não tem fim, e no qual não saberemos tudo, então, para que termos aquilo que, humanamente chamamos pressa, mas que ocultamente, astralmente, pode-se chamar de "fome dos elementais que se alimentam do conhecimento"!

Quarto, nós não aprendemos algo. Nós somente revemos o que já sabíamos, agora com um nível de consciência diferente. É o equivalente a mostrar uma fórmula alquímica para uma criança, e depois, mostra-la novamente, para um adulto(sábio).

Quinto, somos formados de 7 partes, um quadrado(com forma) e um triângulo (sem forma). Quem precisa aprender é o quadrado, pois o triângulo tudo sabe. Então, em última instância, a vida é um contínuo processo de aprendizado, onde nós ensinamos a nós mesmos, com o único objetivo de tornar ligados o triângulo e o quadrado, para que se crie um código de linguagem inteligível a ambos. O triângulo tudo sabe e pouco fala. O quadrado, nada sabe e grita o tempo todo. Por educação, o triângulo se cala, e espera que o quadrado seja sublimado.

Sexto, saber, rever o conhecimento, olhar novamente para o universo com olhos conscientes é nosso direito e dever. Assim, da mesma forma que a mente concreta/astral (alma) deseja ansiosamente buscar um conhecimento (ou satisfazer a fome de conhecimento) e caminha naquela direção, o conhecimento em si, deseja ser revisto, deseja ser descoberto, deseja ser vitalizado, e faz a caminhada na direção daquele que precisa saber. As vezes, então, a melhor forma de obter o completo conhecimento, é esperar que ele, no tempo certo, do seu próprio modo, venha até aquele que dele precisa. Tipo aquela frase do preparar o jardim e esperar as borboletas. Quer dizer, em uma bela alma, o espírito sente-se ambientado e em casa.

Sétimo, o máximo da compreensão de um assunto qualquer, será aquele momento em que vc o contemple e, sua surpresa seja de tal forma grande, que não poderá expressar-se em palavras. naquele momento, vc não saberá aquele assunto, mas será um com o próprio assunto, reflexos.

Oitavo, HPB teve o árduo trabalho de trazer para a linguagem do Quarto Sistema, mente concreta, o conhecimento da antiga tradição, assim, a dificuldade em lê-la, é que é escrito para uma mente concreta que não está permeável a isto, pois contraria suas bases, e a expõem, baseado na incompreensão lógica. Além do mais, já vibra a Quinta Tônica, o Quinto Sistema, o Avatara, assim, a tônica desta Raça, deveria ser já a Mente Abstrata, a qual se comunica por um código de linguagem diferente, onde também é considerado o amor, e não só a ciência(por isto, a ciência de HJS(Henrique José de Souza): Amor-Sabedoria).

Nono, ao ler um livro, os caminhos na conversa com o mesmo, irão sempre, do astral (aquele que busca sofregamente uma única informação para uso imediato, tratando um livro sagrado como se fosse uma lista telefônica) até a mente abstrata, onde não mais se l^´e, mas sim, conversa-se com o ente, com o ser, que é aquele conglomerado de criações, o qual chamamos livro.

Décimo, enfim, sobre a questão do que vem antes: SA HAN, expiração e inspiração (a Ave de HANSA), aquilo que é e não É. Uma expiração (Hálito, som, verbo), transforma vida energia em vida consciência, depois disto, uma inspiração é o momento e avaliar as experiência, uma noite de Brahma, um dia de descanso, um Pralaya, aquele momento em que nem a matéria existe.

Quando há o impulso para outra expiração, cria-se o universo (ou os universos), cria-se a matéria, e inicia-se o transbordo das consciências que nele existirão: primeiro vem as mais novas(portanto, mais inexperientes) e depois as mais antigas. Sempre o mais antigo ajudando a conduzir o mais novo. É assim no corpo humano, no planeta, no sistema solar, na galáxia, no universo, nos universos. Todos delimitados, e cada ambiência formando um ser, que se une acima, e se multiplica abaixo.

Com diz JHS, não somos os primeiros e nem seremos os últimos, e isto vale para todo o universo.

Creio que a grande descoberta é que a vida é formada daqueles pequenos momentos que temos, enquanto estamos esperando que a vida aconteça. Ou a felicidade é formada por aquelas pequenas felicidades reais do dia a dia, as quais não nos damos conta nem importância, pois estamos a espera de uma gigantesca felicidade, que no fim das contas, é só o somatório de todas aquelas que deixamos de ver e viver.

Assim é a vida: a compreensão do universo, do manifestado, do Imanifestado, do Todo, faz-se simplesmente com o aprimoramento do sentido da visão: ver a realidade é viver a realidade.

E lembra-se da voz Prâmanâ? Pois é, é como acontece o conhecimento. Quer dizer, quando conhecemos alguma coisa, nossa mene vibra acima e abaixo, na mesma altura da coisa conhecida. O que significa que, aquilo que temos em nós, na verdade (e isto é a coisa linda do processo) indica o lugar do universo onde estamos. Assim, podemos viver em qualquer lugar do universo visível ou invisível, a qualquer momento: este é um dos maiores poderes que a esta humanidade foi dado.

Fraterno abraço, fique bem, fique em paz, e aproveite este universo, pois é nele que vc caminha.

Mas lembre-se que o universo não é isto que vc vê quando olha para o céu.

O que vc vê, é o passado (por exemplo, uma estrela que está distante 50 milhões de anos-luz, significa que a luz da mesma demorou este tempo para chegar aqui. Por decorrência, é muito provável que  a maioria dos pontos de luz e corpos celestes que aparentemente vemos, sejam apenas ecos de vozes siderais), uma vez que o novo céu, o presente, quem está fazendo é esta humanidade, ao se deslocar na matéria/tempo, que são a mesma coisa.

Jorge Oro
https://www.facebook.com/groups/jorgeoro/799649510072001/?notif_t=group_activity

4 de fevereiro de 2015

A ENERGIA ESPÍRITO


 "... a matéria deve sua existência a uma energia que se propaga por todo o universo sob forma de vibrações”.
Há séculos essa energia é denominada Espírito. Aliás, foi Anaxágoras quem lhe deu esse nome. Já no século quinto antes de nossa era, esse filósofo e sábio grego estava convencido de que o mundo material, embora tivesse aparência sólida, era apenas a condensação extrema de uma essência intangível. Segundo ele, essa essência era uma emanação de Deus...
A palavra Espírito, aqui empregada, não se refere à dimensão espiritual do ser humano. Ou seja, não designa sua alma e nem mesmo sua mente. Também não corresponde ao "Espírito Santo", à terceira "Pessoa" da Trindade cristã. Trata-se da denominação tradicional da energia de que se origina a matéria, a qual se irradia no espaço (a partir) do mesmo centro da Alma Universal (ou Alma Cósmica) e da Força Vital. Estas três energias têm, portanto, origem comum e cada qual constitui uma expressão particular do Sopro Divino, que é associado ao Verbo em muitas tradições. Acrescentamos que todo ser vivo e consciente é uma síntese específica de suas respectivas vibrações...
Desse ponto em diante, os físicos conhecem a existência dos raios cósmicos, dos raios gama e das ondas eletromagnéticas, luminosas e sonoras. Mas é muito importante compreender que esses raios e essas ondas não são fenômenos totalmente distintos e independentes. Na realidade, são apenas diferentes manifestações de uma só energia, isto é, de Espírito. O mesmo ocorre com as forças de atração e repulsão no interior dos átomos ou no vácuo aparente que separa os corpos, sejam terrestres ou celestes. Como pressentiu Anaxágoras “... o mundo terrestre é tão somente a expressão tangível de uma essência que se adensa à medida que se afasta de sua fonte. Por contraditório que isso pareça, a matéria tem então origem espiritual, isto é, divina ...
...Com efeito, é esta energia (a Energia Espírito) que mantém em vibração os elétrons, os prótons e os nêutrons de que a matéria é composta... Em última análise, o universo é um oceano vibratório..."
Encontramos esse mesmo conceito de um "centro cósmico" do qual se irradiam as Três Energias (Alma Cósmica, Força Vital e Energia Espírito) em diversas e distantes culturas. Os maias, por exemplo, denominavam o "Centro Cósmico" de Hunabku.
Os astrofísicos reconhecem hoje a influência de radiações que atravessam a galáxia e as descrevem como ondas de densidade que, varrendo a galáxia, influenciam sua evolução. Consideram então que o Sol nasceu como resultado dessa onda, ou seja, a onda de densidade passou e provocou uma ignição de uma estrela gigante. Esta estrela explodiu e originou o nosso Sol. Toda formação estelar e de seus respectivos planetas devem-se, a princípio, a essas radiações espalhadas por nossa galáxia.
Os antigos maias também afirmavam a mesma coisa e iam mais além, afirmavam que essa radiação impulsionadora era controlada por uma forma de Consciência Galáctica que atuaria do Centro da Galáxia através dessas ondas cósmicas.
Essa radiação impulsionadora é o que os antigos egípcios denominavam de energia vitalizadora ou Força Vital que se irradia continuamente a partir do Centro Galáctico. Afirmavam também que desse Centro Galáctico emana a Alma Cósmica que infunde toda a criação, ou seja, dessa Alma Cósmica emana a Alma do Sol, a Alma dos Planetas, a Alma dos Animais e a Alma Humana.
A ciência quântica afirma que tudo o que vemos ou tocamos é formado por partículas que em seu estado fundamental comportam-se como uma função de onda, no que poderíamos chamar de um "mar quântico", na verdade a Física Quântica chama o estado de onda, de onda, e o estado material, de partícula, e diz que todo elemento atômico existe num duplo estado de onda-partícula ao mesmo tempo. Eles afirmam que o que determina a passagem do estado de função de onda para o estado de partícula "material" é o colapso de sua função de onda, ou seja, o elemento atômico permanece como uma onda até que algo faça com que sua função de onda entre em colapso e surja assim a partícula "material". Esse "mar quântico", onde tudo é função de onda e que dará origem ao nosso mundo material, é o que os antigos hindus chamavam de Matéria Primordial ou Energia Espírito. Alguns cientistas afirmam que o Big Bang foi o primeiro colapso das funções de onda da história conhecida do Universo.
A título de curiosidade é interessante o fato de que a palavra spirit na língua dos Países Baixos Europeus significa, literalmente, "energia".
Fonte: Alexandre B.B. Freitas-FRC Mista Athena
Publ.Rimmôn

2 de fevereiro de 2015

COMO RECONHECER UM VERDADEIRO MESTRE ESPIRITUAL



 Para alguns discípulos, encontrar o seu Mestre é encontrar uma mãe que aceita trazê-lo nove meses no ventre para fazê-lo nascer no mundo espiritual. E, depois de nascer, isto é, desperto, os seus olhos descobrem a beleza da Criação, os seus ouvidos ouvem a palavra divina, a sua boca saboreia alimentos celestes, os seus pés levam-no aos diferentes lugares do espaço para fazer o bem e as suas mãos aprendem a criar no mundo sutil da alma. Muito poucas pessoas sabem o que é realmente um Mestre. Algumas leram livros que contam histórias inverossímeis: que um Mestre é perfeito, onisciente, onipotente.... que ele não tem necessidade de comer, nem de beber, nem de dormir... que ele está ao abrigo de todas as tentações e, sobretudo, que passa o seu tempo a fazer milagres, como no livro de Spalding: "A Vida dos Mestres". Quantas pessoas não ficaram exultantes com este livro sem suspeitarem de que contém imensas histórias sem fundamento.

É verdade que os grandes Mestres têm poderes excepcionais, mas não os utilizam para fazer prodígios diante de gente embasbacada. Aparecer e desaparecer, caminhar sobre as águas, voar no espaço, materializar festins, atravessar as chamas de um incêndio, fazer aparecer casas... mesmo que seja capaz de fazê-lo, um verdadeiro Mestre não o fará, pois assistir a tais espetáculos não ajuda os humanos a transformarem-se.... Um Mestre - é necessário que você o saiba - é feito como todos os outros homens: tem os mesmos órgãos, que o fazem sentir as mesmas necessidades e os mesmos desejos. E se lhe cortar um pedaço de carne, verá que seu sangue correrá e que a sua cor é vermelha como o de toda a gente! A diferença está em que a consciência de um Mestre é muito mais vasta do que a da maioria dos homens: ele tem um ideal, pontos de vista superiores e, sobretudo, conseguiu um perfeito domínio sobre si próprio.


Evidentemente, para tal é necessário imenso tempo e um trabalho gigantesco, e por isso ninguém pode tornar-se Mestre numa só encarnação. Se você encontrar um Mestre, tenha consciência de que todas as qualidades e virtudes que ele manifesta não foram adquiridas apenas nesta vida. Não, ele teve que trabalhar durante séculos, milênios até, e, como as qualidades que adquirimos pelo nosso próprio trabalho não desaparecem no momento em que temos de deixar a terra, quando regressa ele traz de novo essas qualidades. Assim, de encarnação em encarnação, ele vai adquirindo sempre novos elementos espirituais até ao dia em que torna-se um verdadeiro condutor da luz e das virtudes divinas. Infelizmente, há também seres que se preparam durante séculos para se tornarem condutores do mal; são os mestres da magia negra. O ser humano é livre de escolher o bem e o mal.


É claro que, quando escolhe o mal, mesmo que a Inteligência Cósmica o deixe continuar durante um certo tempo, ele acabará sempre por ser aniquilado, dado que, pelo seu comportamento, se opõe à ordem universal. Mas, à partida, o ser humano tem a hipótese de escolher. Enquanto vivo, é livre de se determinar num sentido ou no outro. Alguns seres, muito raros, apesar desta liberdade que lhes é concedida, permanecem definitivamente determinados. Os grandes Iniciados, por exemplo, determinaram-se para a luz e para o amor.


Alguns, é certo, caíram, mas a maioria deles permaneceram espíritos de luz. E, aliás, quanto mais tempo passa, menor é a possibilidade de mudarem de direção, pois, graças ao seu trabalho espiritual, eles foram conseguindo transformar, divinizar, a matéria do seu corpo e esta tornou-se como que um metal inoxidável, ouro puro. Contudo, enquanto um ser não chega a este estado de evolução, é sempre possível ele mudar de direção, e existem casos na História em que magos brancos tornaram-se magos negros. Pergunte como é possível alguém tornar-se um mago negro... Na realidade, é muito fácil, mesmo para você: basta dar vazão à sua natureza inferior. Se transgredir continuamente as leis da bondade, da justiça e do amor, tentando obter êxito à custa dos outros, tentando derrotá-los, destruí-los, só poderá tornar-se um mago negro. É simples, é claro.


Muitos imaginam que, para alguém se tornar um mago negro, é necessário que um mestre diabólico lhe ensine a arte dos encantamentos e dos esconjuros maléficos. Isso pode acontecer, mas, para alguém colocar-se ao serviço do mal, não é absolutamente necessário ter um mestre; sem instrutor, sem receita, sem nada, qualquer um pode tornar-se um mago negro se deixar-se guiar demasiado pela sua natureza inferior. E o mesmo se passa com um homem que só pense em ajudar e em esclarecer os outros: mesmo que não tenha um Mestre para o instruir, estará a caminho de tornar-se um mago branco.


Na realidade, cada ser humano tem um Mestre, e se não for um Mestre visível, será um Mestre invisível. Os criminosos têm, no mundo invisível, um mestre que não cessa de aconselhá-los a prejudicar os outros. E mesmo que eles digam: "Nós, um mestre? Nunca!", devem ficar a saber, estes cegos, que têm um mestre cujos conselhos perniciosos seguem dia e noite. É evidente que, quando eu lhe falo de Mestres, refiro-me sempre aos verdadeiros grandes Mestres espirituais, aos magos brancos. Sei bem que se dá este título de Mestre a muitos artesãos para se mostrar que são excelentes na sua profissão e também aos notários, aos magistrados, aos artistas, etc...


É uma maneira de ver as coisas e eu não lhes recuso este título. Mas, você deve saber que um verdadeiro Mestre, no sentido espiritual do termo, é um ser que, em primeiro lugar, conhece as verdades essenciais; não aquilo que os homens escreveram, criaram ou contaram, mas o essencial segundo a Ciência Cósmica. Em segundo lugar, um Mestre deve ter tido a vontade de dominar, dirigir e controlar tudo em si, e realizado essa vontade. Por último, esta ciência e este domínio que ele adquiriu devem servir apenas para manifestar todas as qualidades e virtudes do amor desinteressado. É pelo seu desinteresse que reconhecerá um verdadeiro Mestre.

Cada Mestre vem à terra para nela manifestar uma qualidade particular: há, portanto, Mestres da sabedoria, Mestres do amor, ou da força, ou da pureza.... Mas todos os verdadeiros grandes Mestres têm, obrigatoriamente, uma qualidade em comum: o desinteresse. Há tantos impostores e charlatães dispostos a aproveitarem-se da ingenuidade dos humanos! Limitaram-se a ler livrecos de ciências ocultas, muitas vezes escritos por ignorantes, e pronto!, passam a apresentar-se em todo o lado como grandes Mestres. Não trazem consigo qualquer sinal de que o Céu os reconheceu como tal; foram eles próprios que se declararam Mestres e acreditam que isso chega. E os outros, em vez de estudarem um pouco um ser destes para ver como ele se comporta, seguem-no de olhos fechados.

Ele irá enganá-los, despojá-los, subjugá-los, mas eles não se darão conta. Bom, é magnífico, eis pelo menos um ser inteligente! Os outros é que são estúpidos. Porque não procuraram saber de onde é que ele vem, como vive, quem foi seu Mestre, quem o enviou?... Ah, não, não, é inútil colocar essa questão; desde que ele lhes prometa iniciá-los em três dias - a troco de alguns milhares de dólares, é claro -, acreditam ele. Têm pressa, compreende? A iniciação não deve durar mais do que três dias. O mundo está cheio de gente desta, de burlões, de vigaristas, que se aproveitam da ingenuidade e da estupidez dos outros. Mas eles, pelo menos, são inteligentes! Não nego que essas pessoas possam ter alguns poderes - qualquer um, desde que se exercite, pode obter certos poderes -, mas a questão está em saber como os empregam e em que sentido. É a esse respeito que o Céu se pronuncia. O Céu não se preocupa com os meios que possui, mas com o uso que deles faça. O que conta para o Céu não é sua ciência, nem sua clarividência, nem seus poderes, mas seu desinteresse. Você pode ter a ciência, a clarividência e os poderes, mas enquanto não for desinteressado, mesmo que os humanos o reconheçam como Mestre, o Céu não o reconhecerá. A desgraça dos humanos é a sua falta de discernimento: ao encontrarem um verdadeiro Mestre, desinteressados, desconfiarão, mas seguirão o primeiro indivíduo que apareça e lhes lance poeira para os olhos, apresentando-se como Mestre. Na realidade, um verdadeiro Mestre, nunca lhe dirá que é um Mestre, nunca; ele deixará senti-lo e compreendê-lo, não tem pressa de ser reconhecido.


Um falso Mestre, pelo contrário, a partir do momento em que decretou que é um Mestre, tem somente uma idéia: impôr-se aos outros. Acabei de receber uma carta de um homem que acreditou ser capaz de tornar-se um guia espiritual: escreveu-me para contar as suas dificuldades e as suas angústias. Evidentemente, era de esperar. Por que motivo se pôs ele a enganar as pessoas com a pretensão de guiá-las, enquanto ele próprio não estava em condições de fazê-lo? Mas os humanos são assim, julgam-se capazes de guiar os outros antes de terem adquirido as virtudes necessárias: a sabedoria, o amor, a pureza, a força, o desinteresse.

Não! Enquanto não se tiver recebido ordem de um ser superior para assumir a esmagadora tarefa de guiar os humanos, é muito perigoso, para quem quer que seja, querer desempenhar este papel. Eu gostaria muito de ajudar este homem, porque vejo que ele é muito infeliz e nem sabe porquê. Imaginou que bastava ler alguns livros de ciências ocultas e pôs-se a evocar as forças poderosas do mundo invisível para as utilizar, sem ter aprendido previamente a entrar em harmonia com elas. Pois bem, quando assim é, essas forças vingam-se e dizem: "Porque procura servir-se de nós para satisfazer os seus caprichos?

Nós não queremos submeter-nos a você. É fraco e ignorante e merece uma boa lição." Quantos pretensos ocultistas não têm sequer um verdadeiro conhecimento das leis do mundo espiritual! Pode crer: eles leram alguns livros e, sem se prepararem, querem fazer figuras aos olhos de alguns discípulos, realizando prodígios perante eles. Pois bem, não é assim que se deve fazer. Para se assumir o papel de guia espiritual, é necessário ter-se recebido um diploma, pois no mundo espiritual também se recebem diplomas. Os diplomas que existem no plano físico têm a sua correspondência no plano espiritual, à imagem do qual o plano físico foi criado. Os espíritos luminosos que nos enviaram à terra observam-nos, medem-nos e, se vêem que fizemos esforços, que conseguimos dominar-nos e corrigir alguns dos nossos defeitos, dão-nos o diploma. E onde está esse diploma? Não será um papel, que pode ser apagado ou destruído.

É como um selo que se imprime no nosso rosto e em todo o nosso corpo, para mostrar que obtivemos vitórias sobre nós próprios. Talvez os humanos não vejam isso, mas todos os espíritos da natureza, todos os espíritos luminosos, o vêem, mesmo de longe, e então obedecem-nos e ajudam-nos. Sim, para se ter o direito de executar certas tarefas no plano espiritual, é necessário obter também a aprovação de certos seres, e não pense que é fácil. Muitas pessoas acham que os estudos necessários para se obter o diploma de educador ou de professor são muito demorados e difíceis.
Mas isso não é nada, nada mesmo, comparado com as condições que têm que ser preenchidas por aqueles que querem ensinar aos discípulos as verdades da ciência iniciática. Eu fico sempre espantado ao ver a ignorância e a ingenuidade das pessoas perante esta questão: todas, ou quase todas, crêem que estão à altura de poder usar o título de Mestre, imaginam que ele caiu assim do céu, já perfeito, sem ter realizado o mínimo esforço. Pois bem, você não encontrará criatura alguma que tenha vindo perfeita à terra.
Quer a mostrem, quer a escondam, todos têm a fraqueza, ou mesmo várias. Até os grandes Iniciados têm pelo menos uma fraqueza; por vezes é o medo, outras vezes o orgulho, ou a avareza, ou até a sensualidade. Mas a superioridade de um Iniciado advém-lhe, em primeiro lugar, de ele estar consciente dessa fraqueza e, em segundo lugar, do fato de empregar todos os meios para triunfar sobre ela. Qualquer ser, independentemente da elevação do seu espírito, ao encarnar na terra, recebe dos pais como herança uma matéria mais ou menos defeituosa que deverá transformar, o que conseguirá graças às suas qualidades e virtudes.
E, quando o consegue, alcança uma elevação ainda maior, porque foi capaz de transformar uma matéria bruta em uma matéria elaborada de que poderá servir-se para o seu trabalho. É, pois, nos Iniciados que se descobre verdadeiramente a força do espírito, pois eles conseguem dominar tudo, ao passo que a maioria dos humanos arrasta consigo, durante toda a vida, defeitos que não consegue vencer.
No entanto, também é necessário que se saiba que um Iniciado vem à terra trazendo com ele as qualidades sobre as quais trabalhou nas encarnações precedentes. Graças a essas qualidades, ele afasta-se instintivamente do mau caminho e direciona-se, pelo contrário, para atividades construtivas, luminosas. Mesmo que não se lembre de nada, ele é impelido, sem se aperceber, a caminhar na mesma direção que seguiu no passado. Pela minha parte, durante muito tempo não tive qualquer lembrança das minhas encarnações, mas nasci nesta vida com marcas, registros, que me impeliram em uma determinada direção.
(Extraído do livro "O que é um Mestre Espiritual?", Ed. Prosvecta)
Obs: Os livros de Omraam Mikhael Aivanhov podem ser encontrados na Livraria Portugal, Rua Genebra, 165 - São Paulo)

Omraam Mikhael Aivanhov
livro "O que é um Mestre Espiritual?", Ed. Prosvecta