23 de fevereiro de 2015

Doutrina Secreta - HELENA BLAVATSKY



HELENA BLAVATSKY
É natural e correto que qualquer pessoa pensante confrontada com asserções como estas apresentadas anteriormente deva perguntar que provas serão trazidas para fundamentar as proposições apresentadas. Uma pessoa razoável não solicitará provas plenas e completas acessíveis a todos sem estudo e sem esforço.
Ela admitirá que as teorias avançadas da ciência não podem ser demonstradas a alguém ignorante de seus princípios elementares, e ela estará preparada para ver que terá sido dito muito que só pode ser provado àqueles que fizeram algum progresso em seu estudo. Um ensaio sobre matemática superior, sobre a correlação de forças, sobre a teoria atômica, sobre a constituição molecular dos compostos químicos, conterá muitas apresentações de provas que só serão acessíveis àqueles que devotaram tempo e pensamento ao estudo dos elementos da ciência em questão.

Do mesmo modo uma pessoa despreconceituosa, confrontada com a visão Teosófica da constituição do homem, prontamente admitirá que não pode esperar uma demonstração completa antes que tenha dominado as bases da ciência Teosófica.
Não obstante há provas genéricas acessíveis em todas as ciências que são suficientes para justificar sua existência e encorajar o estudo de suas verdades mais recônditas; e na Teosofia é possível indicar caminhos de provas que podem ser seguidos pelo pesquisador destreinado, e que lhe justificam a devoção de tempo e esforço a um estudo que dá a promessa de um conhecimento mais amplo e profundo de si mesmo e da natureza externa do que de outra forma seria atingível.
È bom dizer de saída que não há prova alguma disponível ao pesquisador comum sobre a existência dos três planos superiores de que falamos. Os domínios do Espírito e da mente superior estão fechados a todos exceto àqueles que desenvolveram as faculdades necessárias à sua investigação.

Aqueles que desenvolveram estas faculdades não precisam de nenhuma prova da existência destes domínios; para os que não o fizeram, não pode ser dada nenhuma prova de sua existência. Que há algo acima do plano astral e dos níveis inferiores do mental pode de fato ser provado pelos fulgores do gênio, pelas elevadas intuições, que de tempos em tempos iluminam a escuridão de nosso mundo inferior.
Mas o que é este algo, só o podem dizer aqueles cujos olhos internos se abriram, que vêem onde a raça como um todo ainda é cega. Mas os planos inferiores são mais suscetíveis de serem provados, e novas provas se acumulam dia após dia. Os Mestres de Sabedoria estão usando os investigadores e pensadores do mundo ocidental para que façam "descobertas" que tendam a respaldar as colocações da posição Teosófica, e as linhas que eles estão seguindo são exatamente aquelas que são necessárias para descobrir-se as leis naturais que justificarão a asserções dos Teosofistas a respeito dos “poderes” e “fenômenos” elementares, aos quais tem sido dada uma importância exagerada.

Se for aceito que há fatos inegáveis que comprovam a existência de planos outros que não o físico nos quais pode atuar a consciência; que comprovam a existência de sentidos e poderes de percepção outros que não aqueles com que estamos acostumados na vida diária; que comprovam a existência de poderes de comunicação entre inteligências sem o uso de aparatos mecânicos, seguramente, sob estas circunstâncias, o Teosofista pode alegar que constituiu um caso prima facie para futuras investigações de suas doutrinas.
Confinemo-nos, então, aos planos inferiores de que falamos antes, e os quatro princípios inferiores no homem que estão relacionados a estes planos. Destes quatro, podemos deixar um de lado, o do Prâna, já que ninguém contestará o fato da existência de uma energia a que chamamos “vida”; a necessidade de isolá-lo com fins de estudo pode ser contestada, e em verdade o plano do Prâna, ou o princípio do Prâna, perpassa todos os outros planos, todos os outros princípios, interpenetrando a todos e unindo-os em um só.
Restam para nosso estudo o plano físico, o plano astral, os níveis inferiores do plano Manásico. Poderemos substituí-los por provas que sejam aceitas por aqueles que ainda não são Teosofistas?

Primeiro, sobre o plano físico. Temos aqui que perceber como os sentidos do homem estão relacionados com o universo físico externo a si, e como seu conhecimento deste universo é limitado pelo poder de seus órgãos de sentidos em vibrar em resposta às vibrações impostas de fora. Podemos ouvir quando o ar é posto em uma vibração em que o tímpano de nosso ouvido também o possa ser; se a vibração for tão lenta de modo que o tímpano não possa vibrar em resposta, a pessoa não ouvirá som algum.
Se a vibração for tão rápida de modo que o tímpano não possa vibrar em resposta, a pessoa não ouve nenhum som. Tão verdade é isso que o limite de audição em pessoas diferentes varia no poder de vibração dos tímpanos de seus respectivos ouvidos; uma pessoa fica mergulhada no silêncio, enquanto que outra é ensurdecida pelo agudo trinado que está pondo em tumulto o ar em torno de ambas.

O mesmo princípio funciona para a visão; vemos até onde as ondas de luz sejam de comprimento a que possam responder nossos órgãos de visão; abaixo e além deste comprimento estamos nas trevas, por mais que o éter possa vibrar. A formiga pode ver onde somos cegos, porque seu olho pode receber e responder a vibrações etéricas mais rápidas do que podemos perceber.
Tudo isso sugere a qualquer pessoa pensante a idéia de que se nossos sentidos pudessem ser desenvolvidos para uma responsividade maior, novas avenidas de conhecimento seriam abertas mesmo no plano físico; compreendido isto, não será difícil dar um passo além, e conceber que sentidos mais agudos e sutis poderiam existir que desvendariam, por assim dizer, um novo universo em um plano outro que não o físico.
Assim, esta concepção é verdadeira, e com a evolução dos sentidos astrais o plano astral se descortina, e pode ser estudado tão realmente, tão cientificamente, quanto o pode ser o universo físico. Estes sentidos astrais existem em todos os homens, mas estão latentes na maioria, e geralmente precisam ser artificialmente forçados, se forem ser usados em nosso presente estágio de evolução. Em algumas poucas pessoas eles estão presentes de modo normal e se tornam ativos sem nenhum impulso artificial.
Em muitíssimas pessoas eles podem ser artificialmente despertos e desenvolvidos. A condição, em todos os casos, da atividade dos sentidos astrais é a passividade do físico, e quanto mais completa a passividade no plano físico, maior a possibilidade de atividade no astral.

É digno de nota que os psicólogos ocidentais tenham considerado necessário investigar o que é chamado de “consciência do sonho”, a fim de entender a atuação da consciência como um todo. É impossível ignorar os estranhos fenômenos que caracterizam a operação da consciência quando é tirada das limitações do plano físico, e alguns dos mais capazes e avançados de nossos psicólogos não pensam que estas operações sejam de forma alguma indignas da investigação mais cuidadosa e científica.

Todas estas operações estão, na linguagem Teosófica, no plano astral, e o estudante que buscar provas de que exista um plano astral pode encontrar aqui mais que o bastante. Ele descobrirá rápido que as leis sob que funciona a consciência no plano físico não existem no astral, isto é, as leis do espaço e do tempo, que são aqui as próprias condições do pensamento, não existem para a consciência quando sua atividade é transferida para o mundo astral.

Mozart ouve toda uma sinfonia como uma impressão única, “como em um belo e poderoso sonho” (Du Prel, Filosophy of Mysticism, vol. I, p. 106), mas tem que desdobrá-la em sucessivos detalhes quando a traz de volta ao plano físico. O sonho do momento contém uma massa de eventos que tomaria anos para passar em sucessão em nosso mundo de espaço e tempo. O homem à beira da morte vê sua história de vida em poucos segundos. Mas não é preciso multiplicar exemplos.
O plano astral pode ser alcançado no sono ou em transe, natural ou induzido, isto é, em qualquer caso em que o corpo seja reduzido a uma condição de letargia. É em transe que ele pode melhor ser estudado, e aqui nosso pesquisador logo encontrará provas de que a consciência pode atuar à parte do organismo físico, desimpedida das leis que a bloqueiam enquanto opera no plano físico.

A clarividência e a clariaudiência estão entre os fenômenos mais interessantes que esperam investigação. Não é necessário dar aqui um grande número de casos de clarividência, pois suponho que o pesquisador tencione estudar por si mesmo. Mas posso mencionar o caso de Jane Rider, observado pelo Dr. Belden, seu médico atendente: uma garota que podia ler e escrever com os seus olhos cuidadosamente cobertos com vendas de tecido de algodão, cuja visão vinha a partir do meio de seu queixo. (Ísis sem Véu, vol. I, p. 37)
Ou o caso do clarividente observado por Schelling que anunciou a morte de um parente à distância de 150 léguas, e disse que a carta contendo a notícia da morte estava a caminho (ibid., vol. II, pp. 89-92); ou Madame Lagrandé, que diagnosticou o estado interno de sua mãe, dando uma descrição que provaria estar correta pelo exame post-mortem (Dr. Haddock, Somnambulism and Psychism, pp. 54-56); ou a sonâmbula do Dr. Haddock, Emma, que constantemente diagnosticava doenças para ele (ibid., cap. VII).
Falando de modo geral, o clarividente pode ver e descrever eventos que estão tendo lugar à distância, ou sob circunstâncias que tornam a visão física impossível. Como isto é feito? Os fatos estão além da controvérsia. Eles requerem explicação. Dizemos que a consciência pode operar através de sentidos outros que não o físico, sentidos desimpedidos das limitações de espaço que existem para nossos sentidos corpóreos e que não podem ser transcendidas por estes.
Aqueles que negam a possibilidade de tais operações no que chamamos de plano astral deveriam pelo menos tentar apresentar uma hipótese mais razoável do que a nossa. Fatos são coisas inatacáveis, e temos aqui uma massa de fatos provando a existência de atividade consciente em um plano supra-físico, como a visão sem olhos, audição sem ouvidos, obtenção de conhecimento sem o aparato físico. Na falta de qualquer outra explicação, a hipótese Teosófica mantém sua predominância.
Há uma outra classe de fatos: a de aparições etéricas ou astrais, seja de pessoas vivas ou mortas, espectros, aparições, duplos, fantasmas, etc, etc. É claro que a pessoa onisciente do final do século XIX suspiraria com desdém superior diante da menção de tais superstições tolas. Mas suspiros não anulam os fatos, e é uma questão de evidência.
O peso da evidência está enormemente do lado de tais aparições, e em todas as eras do mundo o testemunho humano tem autenticado sua realidade. O pesquisador que requerer as provas de que falei pode bem colocar-se a trabalhar para reunir evidência de primeira mão sobre este assunto. É claro que se ele tiver medo de ser ridicularizado seria melhor deixar o assunto em paz, mas se for robusto o bastante para enfrentar o ridículo da pessoa “superior” ele se assombrará com a evidência que reunir de pessoas que entraram elas mesmas em contato pessoal com formas astrais.
“Ilusões! Alucinações!” dirá a pessoa “superior”. Mas interjeições não comprovam nada. As ilusões de que a vasta maioria da humanidade dá testemunho são pelo menos dignas de estudo, se ao testemunho humano for dado algum crédito. Deve haver algo que dá margem a esta unanimidade de testemunho em todas as épocas do mundo, testemunho que é encontrado hoje entre pessoas civilizadas, no meio de estradas de ferro e luzes elétricas, assim como entre raças bárbaras.
O testemunho de milhões de Espíritas sobre a realidade das formas etéricas e astrais não pode ser deixada fora de consideração. Quando todos os casos de fraude e impostura forem descontados permanecem fenômenos que não podem ser considerados fraudulentos, e que podem ser examinados por quaisquer pessoas que cuidarem de dar tempo e trabalho para investigar.
Não há necessidade alguma de empregar-se um médium profissional; uns poucos amigos bem conhecidos entre si podem levar a cabo sua investigação juntos; e não é demais dizer que meia dúzia de pessoas, com um pouco de paciência e perseverança, podem convencer-se da existência de forças e inteligências outras que não as do plano físico.
Há perigo, nesta pesquisa, para naturezas emotivas, nervosas e facilmente influenciáveis, e seria bom não levar a investigação muito longe, pelas razões dadas antes. Mas não há maneira mais rápida de quebrar a descrença na existência de algo além do plano físico do que tentar uns poucos experimentos, e vale a pena correr algum risco a fim de realizar esta quebra.
Estas são apenas sugestões sobre linhas que o pesquisador poderá seguir, de modo a convencer-se de que há um estado de consciência tal como o que rotulamos de “astral”. Quando ele tiver coletado evidências suficientes para tornarem este estado provável para ele, será tempo de por-se no caminho do estudo sério.
Para uma investigação verdadeira do plano astral, o estudante deve desenvolver em si os sentidos necessários, e para tornar este conhecimento disponível enquanto ele estiver no corpo, ele deve aprender a transferir sua consciência ao plano astral sem perder contato com o organismo físico, de modo que possa imprimir no cérebro físico o conhecimento adquirido durante suas viagens astrais.
Mas para isso ele precisará ser não apenas um mero pesquisador, mas um estudante, e ele precisará da ajuda e orientação de um instrutor. Sobre encontrar este instrutor, “quando o discípulo estiver pronto o mestre sempre estará lá”. Provas adicionais da existência do plano astral, na época presente, são encontradas mais facilmente no estudo dos fenômenos mesméricos e hipnóticos. E aqui, antes de passarmos a eles, sou obrigada a dar uma palavra de advertência.
O uso do mesmerismo e do hipnotismo é rodeado de perigo. A publicidade que existe para todas as descobertas científicas do ocidente disseminou amplamente conhecimento que coloca ao alcance daqueles dispostos criminalmente poderes do mais terrível caráter, que podem ser usados com propósitos os mais daninhos.
Nenhum homem ou mulher bons usará estes poderes, se descobrir que os possui, exceto quando ele os usar puramente para serviço humano, sem fins pessoais em vista, e quando ele estiver bem seguro de que não estará por seu intermédio usurpando o controle sobre a vontade e ações de outro ser humano. Infelizmente o uso destas forças está tão aberto ao mau quanto ao bom, e podem ser, e estão sendo, usados para os fins mais nefastos.
Em vista destes novos perigos ameaçando indivíduos e sociedade, cada um faria melhor reforçando os hábitos de autocontrole e de concentração de pensamento e vontade, de modo a encorajar uma atitude mental positiva como oposta à negativa, e assim opondo uma resistência constante a todas as influências vindas de fora.
Nossos indolentes hábitos de pensamento, nossa falta de propósito nítido e consciente, deixam-nos abertos aos ataques dos hipnotizadores mal-intencionados, e que este é um perigo real e não fantasioso o tem sido provado por casos que levaram as vítimas para debaixo da lei criminal. Pode ser esperado que logo estas más práticas hipnóticas possam ser enquadradas no código penal.
Estando assim em atitude de cuidado e autodefesa, poderemos estudar embora com precaução as experiências tornadas públicas ao mundo, em nossa busca de provas preliminares da existência do plano astral. Pois aqui a ciência ocidental está na iminência de descobrir alguns dos “poderes” de que tanto tem falado os Teosofistas, e temos o direito de usar em justificação de nossos ensinamentos todos os fatos com que a ciência puder nos suprir.

Mas uma das mais importantes classes destes fatos é a dos pensamentos tornados visíveis como formas. Uma pessoa hipnotizada, depois de ser desperta do transe e estando aparentemente em posse normal de seus sentidos, pode ser feita ver quaisquer formas concebidas pelo hipnotizador. Nenhuma palavra precisa ser dita, nenhum toque feito; é suficiente que o hipnotizador imagine claramente para si mesmo alguma idéia, e aquela idéia se torna um objeto visível e tangível para a pessoa sob seu controle.
Este experimento pode ser tentado de várias maneiras; enquanto o paciente está em transe pode ser usada “sugestão”; isto é, o operador pode dizer-lhe que há uma ave em seu joelho, e quando despertar de seu transe ela verá o pássaro e tocará nele (Richet, Études Cliniques sur la Grand Hystérie, p. 645); ou que ele tem uma lâmpada entre suas mãos, e ao despertar ele pressionará suas mãos contra ela, sentindo a resistência no ar vazio (Binet & Féré, Animal Magnetism, p. 213).
Relatos destes experimentos podem ser lidos em Richet ou em Binet e Féré. Resultados similares podem ser obtidos sem “sugestão”, por pura concentração do pensamento; eu vi um paciente obrigado a retirar deste modo um anel do dedo de uma pessoa, sem haver sido falada palavra ou feito qualquer toque entre o hipnotizador e o hipnotizado.
A literatura sobre mesmerismo e hipnotismo em inglês, francês e alemão agora já é muito extensa, e está aberta a qualquer um. Pode ser desejada a evidência desta criação de formas pelo pensamento e vontade, formas que, no plano astral, são reais e objetivas. O mesmerismo e o hipnotismo deixam a inteligência livre neste plano, e ela opera portanto sem o impedimento normalmente imposto pelo aparato físico; ela pode ver e ouvir naquele plano, e vê pensamentos como sendo coisas.
Aqui, também para estudo real, é necessário aprender como transferir a consciência mas retendo o domínio do organismo físico; mas para uma investigação preliminar será bastante estudar outros cuja consciência é artificialmente liberada sem sua própria vontade. Esta realidade das imagens de pensamento em um plano suprafísico é um fato da maior importância, especialmente no que toca à reencarnação; mas é suficiente aqui apontá-la como um dos fatos que vão demonstrar a probabilidade prima facie da existência de tal plano.

Uma outra classe de fatos que merece estudo é aquela que inclui o fenômeno da transmissão de pensamento, e aqui chegamos aos níveis inferiores do plano mental ou Manásico. O Transactions of the Psychical Research Society contêm um vasto número de experiências interessantes sobre este tópico, e a possibilidade da transmissão de pensamento de cérebro a cérebro sem o uso de palavras, ou de qualquer outro meio de comunicação física comum, está à beira da aceitação geral.
E dois indivíduos, dotados de paciência, podem convencer a si mesmos desta possibilidade, se cuidarem de devotar ao esforço tempo e perseverança suficientes. Deixemos que combinem em dedicar, digamos, dez minutos diários à sua experiência, e fixando o tempo, que cada um isole-se, evitando interrupções de qualquer tipo. Que um seja o projetor de pensamento, e o outro o receptor, e é seguro alternar estas posições, a fim de evitar o risco de um se tornar permanentemente anormalmente passivo.

Que o projetor de pensamento se concentre em um pensamento definido e na vontade de impressioná-lo em seu amigo; nenhuma idéia senão esta deve entrar em sua mente; seu pensamento deve ser concentrado em uma só coisa, unidirecionado [one-pointed, no original – NT], na linguagem plástica de Patanjali. O receptor do pensamento, por outro lado, deve deixar sua mente em branco, e deve meramente perceber os pensamentos que entram nela. Ele os deve anotar à medida em que aparecem, sendo o seu único cuidado o de permanecer passivo, para nada rejeitar, nem encorajar nada.
O projetor do pensamento, por sua vez, deveria manter um registro das idéias que tenta enviar, e ao fim de seis meses os dois registros serão comparados. A menos que as pessoas sejam anormalmente deficientes em pensamento e vontade, algum poder de comunicação àquela altura se terá estabelecido entre elas, e se forem ao menos sensitivas, provavelmente também deverão ter desenvolvido o poder de verem-se mutuamente na luz astral.

Pode ser objetado que um experimento como este seria cansativo e monótono. Concedo. Todas as investigações em primeira mão sobre as leis e forças naturais são cansativas e monótonas. Este é o porquê de quase todo mundo preferir conhecimento de segunda mão ao de primeira; a “sublime paciência do investigador” é um dos dons mais raros. Darwin era capaz de realizar um experimento aparentemente trivial centenas de vezes a fim de substanciar um pequeno fato.
Os domínios supra-sensoriais certamente não requerem para sua conquista menos paciência e menos esforço do que os sensórios. A impaciência jamais conseguiu qualquer coisa na pesquisa da natureza, e o futuro estudante deve, desde o início, mostrar a perseverança incansável que pode morrer mas nunca relaxará em seu objetivo.
Finalmente, deixem-me aconselhar o pesquisador a manter seus olhos abertos para novas descobertas, especialmente nas ciências da eletricidade, física e química. Leia-se o comunicado do Prof. Lodge à British Association em Cardiff no outono de 1891 e o comunicado do Prof. Crookes à Society of Electrical Engineers em Londres no novembro seguinte.

Ele encontrará ali férteis sugestões sobre as linhas em que a ciência ocidental está se preparando para avançar, e eventualmente ele sentirá que pode haver algo na declaração de H.P.Blavatsky de que os Mestres de Sabedoria estão se preparando para dar provas que respaldarão a Doutrina Secreta.

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