28 de setembro de 2015

Rios da Vida
Por: Jorge Antonio Oro - 28/09/2015




Nestes tempos em que o mais profundo denso astral da alma de cada um emerge agressivo em palavras no facebook, é procedente (re)compartilhar idéias, na esperança que sirvam de espelho, ao menos temporário, pois a melhor forma de ver quem somos é no momento em que o que somos(o que em nós existe) acontece à luz do dia! Fraterno abraço, fiquem bem, fiquem em paz.

Existe uma similaridade muito grande entre o que hoje chamamos de internet e o mundo astral(de todos e de cada um).
A quantidade e variedades de assuntos é de tal forma grande e entrelaçada, o frenesi dos sumidouros e redemoinhos é de tal forma intenso, o atrito entre os troncos é de tal forma frequente, que andar na internet(ou no astral), pode ser comparado com atravessar a nado um “rio de enchente”.
Águas (tamásicas, vermelhas) revoltas, turvas, conturbadas, com muitos troncos boiando, além de todo tipo de coisas produzidas pelos seres humanos:
a) Alguns troncos nos servem de apoio temporário, mas somente o tempo necessário para checarmos a direção, e respirarmos;
b) Alguns incomodam;
c) Alguns machucam;
d) Não existe tronco definitivo, pois o destino de todo tronco é o mar: você está preparado?
e) Se você quiser agarrar todos, não vai conseguir agarrar em nenhum;
f) Cada tronco tem forma diferente, por isto executa movimentos diferentes e interage de forma diferente com o rio (astral) e com você. Então, sabendo disto, não reclame do que faz o tronco no qual você esteja apoiado no momento. Ele é o que é!
g) Se passar um tronco esculpido em forma de imagem, não se iluda e não o siga: não é divindade! Foi feito por humanos e para humanos, não foi feito para te ajudar. E o máximo que conseguirá fazer é tirar você do seu caminho;
h) Se você se agarrar em um tronco e ele te levar para a direção errada, não o culpe: Ele segue a corrente, e a decisão de se usá-lo como apoio, foi sua;
i) Se você parar de nadar(andar) e se detiver a observar o quão convulsionado está o rio e o quão turvas estão as águas, o medo será uma decorrência imediata, e você não sairá do lugar;
j) Não adianta ficar reclamando da chuva que caiu, você tem que nadar. A chuva que alaga um lugar é a mesma chuva que irriga outro. É o ciclo; é a vida. Quem vê a chuva de diversas formas, é quem a analisa, ela é só o que é;
k) Não culpe o rio se onde você está é muito revolto: foi você que escolheu atravessar neste ponto. Foi você que decidiu pular nele! Todas as decisões são suas;
l) Não reclame, para os troncos, o rio é uma forma de cada um chegar ao seu destino, inclusive eles, os troncos;
m) Obrigatoriamente vc tem que manter um norte, saber de qual margem veio e para qual margem vai. Se você nadar sem direção, vai perecer, e a culpa não é do rio, pois é você que decide;
n) Não adianta reclamar do rio, pois ele está no caminho de todos, e temos que atravessá-lo. A diferença está em você: se o atravessará com ódio ou em paz!
o) Antes de se lançar, verifique na margem se há um indicativo de alguém que já o tenha atravessado naquele ponto. Um Mestre pode ter deixado os sinais(pegadas), o que poderá auxiliar você a não perder muito tempo (e nem a vida);
p) Se tiver dúvida, lembre que quem te disse para andar, também te deu os instrumentos para atravessar o rio (braços, pernas e mente): Use-os!
q) Não fique no rio mais do que o estritamente necessário. Lembre que se você não tiver foco, ele te levará não para onde você quer, mas para onde ele quiser. A Vontade é a chave para sair;
r) Às vezes, respeitar o fluxo do rio e dos troncos é a melhor estratégia para atravessar. Mas lembre-se que respeitar implica em compreender e aceitar a natureza de cada um;
s) O teu ponto de saída nunca será na margem oposta exata de onde entrou. Há um preço para entrar no rio, e isto fará com que, ao sair (caso você consiga), você esteja completamente diferente de quando entrou. Isto se chama experiência de vida;
t) Se a travessia na água vermelha estiver difícil, é só levantar os olhos e ver o céu azul e o SOL, eles te darão força e direção;
u) Não reclame dos troncos, lembre que eles já foram árvores;
v) Não reclame da divindade: Ela não é barqueiro, e tanto a enchente quanto os troncos e entulhos, são resultados da ação humana, não da divina;
w) Quando conseguir atravessar, lembre-se que aquele pode ser um caminho de todos. Então, não saia correndo. Olhe para trás, e acene para os que vão começar a travessia, indicando-lhes um bom caminho, o qual eles podem seguir ou não. Se ninguém tiver olhos para te ver, deixe algumas marcas no chão. Cedo ou tarde poderão ser úteis para alguém;
x) Como ao final de toda travessia, vc sairá molhado (de Tamas), mas não se preocupe, pois o SOL (Amarelo) fará a água evaporar. O importante é que aquela água não molhe sua alma;
y) E como foi a experiência?? Não precisa dizer! Não foi o primeiro rio, e nem será o último, até que você aprenda a abrir as águas! Enquanto isto, não retenha ódio ou revolta, que só fazem é você ter medo de se afogar em si mesmo(o que gera mais ódio e revolta, em um perpétuo ciclo vicioso);
z) Se você lembrar que a chave foi respiração adequada e cabeça fora d´água, já está bom!
E concluindo: se os troncos machucarem você, não se preocupe, os machucados cicatrizam, e servem como âncoras de memórias.
Além disto, lembre-se também que não foram os troncos que bateram em você: foi você que se colocou no caminho deles(pois você sabe que a energia que alimenta e que move o tronco, é a do rio).
Se, ao sair do rio, você só se ocupar em reclamar, vai acabar se distraindo e tropeçando em outros troncos, em terra firme.
Na maioria das vezes, os rios estão dentro de cada um de nós.
A paciência é temporária e deve-se praticá-la para com todos, especialmente para os filhos invisíveis de(e em) cada um de nós.
A calma é permanente, ela é a exteriorização da ação da Vontade, permeada de Amor-Sabedoria, gerando a Atividade adequada para com tudo e todos.
Mas e quanto aos troncos? Os troncos, eles não sabem o que fazem. Perdoai-os!
Por último, não esqueça: Para os outros, o tronco é você!
Fiquem bem, fiquem em paz e vamos em frente!
Jorge Antonio Oro
Ps.:
Após atravessar, não xingue o rio por ter sido difícil. Faça uma saudação ao Sol por você ter conseguido;
Lembre que o rio derrubou a árvore, transformando-a em um tronco, apoderando-se de sua liberdade, e tomando o controle de sua direção: isto é o que caracteriza a prisão da árvore no rio: mesmo que ela tenha uma aparente liberdade, só vai para onde lhe é permitido. A pior das escravidões é a da alma, não a do corpo!
Lembre que a árvore perdeu sua base(terra), por não ter resistido ao avanço do rio. A base(lógica) precisa resistir aos avanços das emoções densas, e comandá-las;
lembre-se que a árvore, no derradeiro momento da queda nos "braços da correnteza", tendo por recompensa todo o movimento e rapidez do mundo, por um instante desejou pesarosa, aquela imobilidade consciente e salvadora: As vezes, devemos cuidar com o que desejamos, e isto vale até mesmo vale até para as árvores;
No caso da árvore, no final do fascínio da vivência do tão desejado movimento, está a cessação da vida. Este é um custo alto, para a satisfação de um desejo de algo que ela não compreendia. Da mesma forma, ao final de um intenso desejo, ao final de uma intensa manifestação, nada mais existe, a não ser mais desjo e o hábito de exteriorizar o ódio;
Não existe chuva perpétua, nem inundação total, nem correnteza imbatível, nem obstáculo intransponível: Sempre há um antes, um durante, e um depois. As vezes, o que fazemos durante o trajeto (tentando agarrar ou expulsar os troncos para longe) vai ter um preço mais alto, e vai ficar mais dolorido do que se tivéssemos deixado que os troncos batessem;
Não adianta reclamar que os troncos não compreendem: cada um é de um tipo e madeira, cada um tem seu tempo, e cada um vai parar no lugar onde seja seu, onde seja seu destino, e onde seja necessário;
Lembre que mesmo o tronco mais pontiagudo, um dia vai aportar em uma margem, e será como uma dádiva para aquele que dele precisa para construir uma casa para abrigar a si ou a sua família, ou mesmo para aqueles que deseja usa-lo como um local para plantar flores. A beleza e a utilidade da coisa não está em si mesma, mas em quem a observa;
Ao terminar de transpor o rio, aproveite: muitos dos que tentaram não conseguiram, e afogaram-se nas águas, sendo perpétuos prisioneiros do rio de mágoas, sem se dar contas, e a tudo e a todos molhando, por onde passam.
O rio não queria sua vida, queria sua vitalidade e sua ação, pois ele não pode decidir em que ponto o tronco vai parar. Mas se você, em sua passagem, empurrou levemente algum tronco, você contribuiu para que a margem do rio, naquele ponto, fosse reescrita. Fazer sua parte não significa acompanhar o tronco para ver onde ele vai parar. Significa somente dar uma ajuda momentânea, para que ele siga, ou para que vc siga, não se sabe!
lembre-se que, se o rio estiver convulsionadíssimo, com milhares e milhares de obstáculos, daí é que estará bom, pois isto lhe permitirá cruzá-lo sem colocar os pés na água: e neste caso, você deverá agradecer, pois há alguém (um tronco) que está sendo o tijolo de cada passo do seu caminho;
Lembre, a água em si é limpa. O que a deixa turva é o excesso de movimento, revolvendo o que de mais denso existe no rio (astral). nada entra em sua alma, sem que vc tivesse permitido, consentido e se aí permanece é pq vc a alimenta, e não é culpa de nada nem de ninguém. Odiar alguem é única e exclusiva opção de quem odeia, não de quem deseja se fazer odiar
Se você pensa que não está preparado, ou se vê o rio como muito revolto: não o maldiga. Sente-se e espere. O rio amanhã vai estar ainda ali, só vai ter mudado a sua velocidade e ferocidade, e fico em paz, o suficiente para ser o caminho que você precisa. Mas, se você perdeu seu tempo maldizendo-o, ou maldizendo os troncos, mesmo quando o rio já estiver pacífico o suficiente para você passar, dentro de você ainda o rio estará em fúria, e contra isto, não há remédio (externo);
Não culpe a quem indicou o caminho para você, primeiro porque você é que foi pedir a informação de direção, e segundo porque, se você está diante deste rio, é porque naquele rio, mesmo sem você te-lo conhecido antes, já havia algo que o ligava a você. Então, aproveite e resolva: o caminho vai ficar mais leve;
Durante a travessia, ocupe-se de poupar energias, aprender o fluxo do rio, respeitar os troncos. Não perca tempo anotando a placa dos troncos ou suas feições particulares, para procurar por eles nas esquinas da vida, ou pior, para levá-los dentro do seu próprio coração, na espera de um dia poder revê-los e queimá-los;
Não pense que você é melhor que os troncos, pois naquele momento, aquilo que você acha ser inferior a você, é exatamente onde reside a sua possibilidade de ter um apoio para atravessar com vida. Você pode pensar: troncos sem vida, sem alma! Mas, estes troncos sem vida e sem alma são a certeza da manutenção da sua vida;
Não tente ensinar ódio a um tronco, odiando por ele ser o que é: as vezes, a pureza é uma expressão de amor, e a racionalização é só um cárcere. Naquele tronco que você julga, pode estar a semente de uma flor: e em você, há alguma semente de flor(da fraternidade)?
Nenhum tronco pediu para estar na correnteza, pois ele com certeza preza a vida tanto quanto você. Assim, respeito, pois no momento do caos, todos são só seres (de várias naturezas) perdidos no rio revolto;
Lembre: O rio não afoga ninguém só por olhar. É preciso lançar-se nele e o principal, é preciso decidir respirar aquilo que o forma. Não é o rio que afoga, é a água. Manter-se no mundo intermediário entre o céu e o lodo, tendo a superfície por solo, neste caso, é a chave da manutenção da vida;
O medo do rio não existe: existe o medo daquilo que eu vejo, uma água escura, revolta, e troncos em movimento. A associação disto que você vê, aos pequenos medos que em você já exista, é que formarão um medo maior, chamado medo do rio. E este medo, como todos os outros, vai precisar ligar-se a algo para ser alimentado: como estando no rio, fica difícil odiar a água, a tendência é que você odeie os troncos que por você passam. Veja que, neste caso, você está odiando no outro, os seus próprios medos;
O rio existi, existe e existirá. Os troncos e outros seres existiam, existem e existirão (mesmo que com funções diferentes), e a única coisa que era, é e será finita, é a correnteza da inundação, por ser ela, um movimento descontrolado. O movimento inerente ao rio, é o que oxigena a água, lhe dá beleza e mantém a vida. O excesso de movimento que, como disse, revolver o que no fundo existe, o lodo, e isto é que dá uma tonalidade diferente a tudo, transformando de bel em ameaçador;
Será que nós não somos como o rio: quando uma influência externa foge ao controle, altera-se a velocidade, sobrevêm a turbulência, e revolve-se em nossa alma e exterioriza-se, aquela parte mais profunda, a qual juramos não existir em nós mesmos?
E se isto acontece, então, afinal, a própria turbulência é positiva, pois se assim não fosse, jamais nos confrontaríamos com a parte densa de nosso leito??? E neste caso, quem é que transforma frondosas árvores que vivem no meu entorno, em troncos sem direção, que magoam? Não seria eu mesmo?
Será que sabemos dosar o furor de nossas correntezas, respeitando e preservando as árvores que em nosso entorno vivem? Mas então, se estamos pensando sobre este ponto de vista, finalmente vemos que não somos os troncos, somos o rio. Mas uma vez que o tronco está dentro no rio, não estará o rio também dentro do tronco? E não será a quenda do tronco também responsável por tornar ainda mais aguda a correnteza, que por sua vez, atrairá outros troncos, em um circulo vicioso?
A cada passo que dermos em direção desta análise, veremos que tudo o que está em todos é igual, e todos estão em tudo de igual forma. Principalmente, se lembrarmos que a árvore que ao lado do rio vive, dele depende integralmente, da mesma forma que os sere que no ri vivem, dela dependem integralmente.
Lembrem-se de algo muito importante: O ódio intenso não se extingue com a extinção do objeto(ou pessoa) odiado! Este é o grande perigo real, pois como tudo o que é intenso, transforma-se em hábito, e o hábito só muda o objeto de sua justificativa. Esta é a escrita do inexorável futuro de cada um.
Então, afinal, qual a razão de pensarmos que existem pessoas, troncos e rios?
De qualquer forma, nem o rio, nem os troncos, nem as árvores guardam mágoas, e sua memória do ocorrido cessa quando o mesmo termina, de imediato. Já as pessoas, tendem a deixarem vivos dentro de si mesmas, todas as correntezas, todas as inundações, todos os rios, e, principalmente, todas as feridas decorrentes dos contatos com os troncos que encontraram em suas vidas.
Chega um ponto em que o turbilhão já nem mais está na natureza, e sim no coração de quem vê e vive, em permanente tempestade.
Paz para todos, e que todos e cada um possam ser o que são, nem mais nem menos.
Viver é uma dádiva, derivada de um direito que, com certeza, cada um de nós fez por merecer! Só nos resta usar bem este direito adquirido, pois teremos que prestar contas a alguém muito rigoroso: nós mesmos!
Fraterno abraço e fiquem em paz.
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