O Amor Versus a Razão
A mente humana é como um pêndulo de um relógio que
flutua entre a razão e a emoção. Nossa capacidade de tolerar,
solidarizar-nos, doar-nos, divertir, criar, intuir, sonhar são
algumas das maravilhas que surgem desse complexo
pêndulo. O amor é seu fruto mais excelente. Cuidado com
os desvios desse pêndulo.
Se formos minimamente racionais e excessivamente
emocionais, viveremos inúmeras "dores de cabeça",
construiremos nossos próprios conflitos. Sentiremos medo
diante de pequenas coisas, ansiedade por fatos que ainda não
aconteceram, perturbações por fantasias estúpidas, angústias
pelas críticas e opiniões alheias. O amor será desinteligente:
intenso, mas agressivo; forte, mas controlador; doador, mas
cobrador. O amor desinteligente é desfocado, reduz a
capacidade de fazer escolhas e retrai a arte de aprender.
Por outro lado, se formos minimamente emocionais e
excessivamente racionais, amaremos pouco, nos
entregaremos precariamente e sonharemos escassamente.
Seremos sem brilho, ainda que sob os aplausos sociais;
miseráveis, ainda que com elevadas somas de dinheiro;
imaturos, ainda que com notável cultura acadêmica. Os que
pautam sua agenda quase que somente pela razão chafurdam
na lama do tédio, não conquistam, são previsíveis,
engessados, sem criatividade. Não encantam a si e nem aos
outros.
O amor precisa de doses elevadas de emoção, mas sem
dispensar doses serenas da razão. Precisa correr riscos, mas
sem abrir mão de pensar nas consequências. Necessita da
entrega, mas sem esperar demasiadamente o retorno. O
amor sem os alicerces da razão gera uma superproteção. E a
superproteção asfixia a criatividade, bloqueia a capacidade de
lidar com desafios, aprisiona a determinação.
Compartilho trecho do livro mentes brilhantes, mentes treinadas de Augusto Cury.
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